sábado, 9 de maio de 2009

O REINO PROTISTA

Fungos Protistas

São organismo eucariontes heterotróficos (que não fazem fotossíntese), predominantemente unicelulares, que no passado eram tratados como fungos. São os "fungos" aquáticos, organismos pseudoplasmodiais, mixomicetos e quitrídias.

Nesta parte do site, que trata dos organismos estudados pela botânica, não abordaremos os protozoários tradicionais, como os ciliados e amebas. Estes são estudados juntamente com a zoologia.

Atualmente, os cientistas interpretarem as descobertas feitas a respeito destes organismos como indicação de que não há relação entre estes protistas heterotróficos e os fungos verdadeiros, alocados no Reino Fungi. Apesar disso, eles continuam a ser descritos com a terminologia usada para os fungos. Por exemplo, estes organismos são chamados genericamente de "bolores", termo usual empregado para fungos. Também a nomenclatura segue este padrão. As divisões recebem o sufixo "mycota", utilizado na nomenclatura fúngica.

Estes organismos tem como substância de reserva o glicogênio, assim como os fungos e os animais.

Das quatro divisões quatro divisões heterotróficas incluídas como fungos protistas, duas consistem basicamente de organismos aquáticos: Oomycota (fungos aquáticos) e Chytridiomycota (quitrídias).

As outras duas divisões, Acrasiomycota (pseudoplasmodiais) e Myxomycota (mixomicetos plasmodiais), são basicamente terrestres.

Os fungos aquáticos e quitrídias tem estágios flagelados em seus ciclos de vida. Estes organismos ocorrem como parasitas ou sapróbios consumidores de matéria orgânica derivada de outros seres vivos.

Os pseudoplasmodiais e os mixomicetos, por sua vez, alimentam-se ativamente de bactérias e restos orgânicos.

Por causa da característica alimentar destes organismos (consumidores de matéria orgânica em decomposição), antigamente eram considerados fungos verdadeiros. Mas por causa de algumas características significantes, que poderão ser conhecidas nas próximas páginas, eles foram separados do Reino Fungi.

Comumente, os zoólogos consideram os mixomicetos como protozoários.

Resumo das características:

Chytridiomycota e Oomycota apresentam hifas cenocíticas (multinucleadas e sem septos), que podem ser longas e bastante ramificadas em alguns oomicetos. Os oomicetos produzem esporos assexuais móveis (zoósporos) com dois flagelos, um penado (sinônimo de pinado) e outro liso. Os flagelos podem ser ambos laterais ou ambos apicais. Os zoósporos das quitrídias, ao contrário, tem um só flagelo liso e posterior.

Os mixomicetos passam a maior parte de suas fases não reprodutivas como massas móveis de citoplasma chamadas de plasmódios ou como massas encistadas que funcionam como um meio de resistência contra a seca.

Os Acrasiomycota são organismo semelhantes a amebas e não formam células flageladas em nenhuma fase do seu ciclo de vida.

Divisão Oomycota

Fazem parte dos "fungos protistas", ou seja, pertencem ao Reino Protista, mas apresentam alguma semelhança com os fungos verdadeiros.

Epiderme da folha da videira infectada pela Plasmopara viticola

- Cerca de 580 espécies.
- Parede celular de celulose. Diferente da parede de quitina dos fungos.
- Podem ser unicelulares ou altamente ramificados, filamentosos, cenocíticos (hifas multinucleadas e sem septos).
- Cromossomos são semelhantes aos dos organismos eucariontes em geral, mas diferem dos cromossomos grandemente condensados dos fungos. Mitose e meiose com centríolos (fungos não apresentam centríolos). Por isso, foram separados dos fungos verdadeiros.
- Reprodução sexuada ou assexuada.
1- Sexuada: Oogônio com muitas oosferas + Anterídio com núcleos masculinos = fecundação forma zigoto com parede espessa (oósporo). Funciona como esporo de resistência.
2- Assexuada: Zoósporos com dois flagelos.

- Existem oomicetos aquáticos, podendo ser sapróbios ou parasitas, causando doenças em peixes.
- Os oomicetos terrestres são de grande importância econômica, como Plasmopara viticola, que ataca as parreiras comprometendo a produção de uvas.

Folha de videira infectada pela Plasmopara viticola

Fruto de uva infectada pela Plasmopara viticola


- Outro representante terrestre, do gênero Phytophthora, causa destruição de muitas culturas, como cacau, abacaxi, abacate, batata, tomate, seringueira, mamão, cebola, morango, maçã, soja, fumo, etc.

Imagem do oomiceto Phytophthora, responsável por doenças em plantas.
Imagem de abóboras infectadas pelo oomiceto Phytophthora.


- Algumas espécies podem formar esporos de resistência, vivendo por até 6 anos em solo úmido.

Divisão Myxomycota

Fazem parte dos "fungos protistas", ou seja, pertencem ao Reino Protista, mas apresentam alguma semelhança com os fungos verdadeiros.

São seres plasmodiais (que formam plasmódios), pois se unem em uma massa móvel de células, mas sem parede celular. Assim, cada célula não permanece individualizada.

Imagem de um plasmódio de mixomecetos.

São diferentes dos seres que formam pseudoplasmodios (os acrasiomecetos, estudados na página anterior). O pseudoplamódio é assim chamado, pois cada indivíduo que compõe a massa de células mantém sua individualidade e não perde sua parede celular.

Imagem de um plasmódio de mixomecetos.

"Os mixomicetos são atualmente classificados separadamente dos fungos, no Reino Protista. É um grupo distinto de organismos que englobam algumas características de amebas e de fungos. Seu corpo de frutificação maduro, chamado de esporângio, produz esporos dentro de uma massa gelatinosa, parecida com limo, chamada plasmódio. O plasmódio se comporta como uma ameba gigante, alimentando-se de bactérias, fungos ou matéria orgânica em decomposição. Quando há falta de alimento, o plasmódio se transforma e produz esporangios. Estes organismos são frequentemente incluídos na literatura sobre fungos, entretanto não são considerados fungos verdadeiros."

Traduzido por Silvia Schaefer, de "A Field Guide to Australian Fungi", de Bruce Fuhrer.

- Grupo com cerca de 500 espécies.
- Em condições favoráveis, vivem como finas massas deslizantes de protoplasma (parte viva da célula – sem parede celular).
- Como não apresentam parede celular, esta massa de células é chamada de plasmódio.
- Alimentam-se por englobamento de bactérias, leveduras, esporos, material de origem animal e vegetal em decomposição.
- O plasmódio pode atingir até 30 gramas e cobrir uma área de vários metros quadrados.
- Apresenta vários núcleos, mas sem divisão por parede celular. Todos os núcleos se dividem ao mesmo tempo.
- Divisão celular normal, com centríolos presentes, diferente dos fungos.
- O crescimento do plasmódio continua enquanto existe alimento suficiente. Quando não há alimento, o plasmódio migra para outro local.
- Quando o movimento cessa, o plasmódio se divide, formando vários montículos do mesmo tamanho. Cada um forma um esporângio, no alto de um pedúnculo. No esporângio ocorre a meiose, formando esporos “n”.
Os esporos germinam originando gametas (n) que após a fecundação, formam zigotos 2n (amebas), que formam, por sua vez, um novo plasmódio.
- Na falta de água, os plasmódios formam os esclerócios, estágio encistado. Encontrados em madeira queimada ou locais sujeitos a seca. Cor amarela ou laranja.

Imagem da forma jovem do mixomiceto Leucocarpus fragilis

Imagem da forma madura do mixomiceto Leucocarpus fragilis


- Amebas individuais, em condições desfavoráveis, podem secretar uma fina parede e formar um microcisto.
- Os esporos são muito resistentes, podendo sobreviver em condições desfavoráveis por longos períodos.

Algas protistas

São os organismo autotróficos (produzem seu próprio alimento através da fotossíntese), mas que não são plantas verdadeiras. São popularmente conhecidas como algas.

São representados pelas seguintes divisões:

Chrysophyta (crisofíceas e diatomáceas); Pirrhophyta (dinoflagelados), Euglenophyta (euglenas), Rhodophyta (algas vermelhas), Phaeophyta (algas pardas), Chlorophyta (algas verdes).

As divisões de organismos autotróficos do Reino Protista diferem muito umas das outras na natureza de seus flagelos e em suas características bioquímicas, tais como pigmentação, substância de reserva e composição da parede celular.

Os nomes de algumas divisões são derivados da cor de seus pigmentos acessórios predominantes que mascaram a cor verde grama das clorofilas.

Quanto à substância de reserva, as algas verdes acumulam amido. Ele se acumula nos cloroplastos, assim como nas plantas superiores, que são derivadas das algas verdes. Nos membros de todas as outras divisões de protistas autotróficos, as substâncias de reserva se acumulam no citoplasma, fora dos cloroplastos. Nos dinoflagelados a substância de reserva é o amido. Nas algas vermelhas é o amido das florídeas, que se assemelha mais ao glicogênio do que ao amido. Nas algas pardas, a substância de reserva é um polissacarídeo que contém glicose (a laminarina), mas com ligações químicas entre as glicoses diferentes das ligações presentes no amido. Nas crisófitas, a substância de reserva principal é a crisiolaminarina. As euglenófitas sintetizam o paramido, um polissacarídeo com configuração helicoidal.

DIVISÃO CHRYSOPHYTA

São as algas douradas e diatomáceas.

Exemplos de diatomáceas.

- Organismos marinhos e de água doce;
- Unicelulares de vida livre, coloniais ou filamentosos.
- Apresentam clorofila a e c, mas sua cor é mascarada pela presença de pigmento acessório castanho-dourado, a fucoxantina (tipo de carotenóide).
- A parede celular pode ser com ou sem parede celular. Quando presente, constituída de celulose.
- Alguns representantes apresentam escamas de sílica ou fibrilas de celulose entrelaçada, podendo ser impregnadas de minerais.

Apresenta duas classes:

CHRYSOPHYCEAE

BACILLARIOPHYCEAE

Classe CHRYSOPHYCEAE
São as algas douradas.

- Aproximadamente 500 espécies;
- Representantes abundantes do plâncton marinho, contribuindo muito para a produtividade do plâncton.
- Apresentam revestimentos de sílica e estruturas de sustentação, que podem ser extraordinariamente elaboradas.
- A maior parte é unicelular e flagelada.
- Alguns amebóides (iguais às amebas, exceto pela clorofila).
- Alguns representantes coloniais.
- Reprodução assexuada, com formação de zoósporos (esporos móveis).

Exemplos de algas douradas, com suas estruturas de sustentação feitas de sílica.

Classe Bacillariophyceae

São as diatomáceas.

Variedade de formas e tamanhos de diatomáceas. As redondas são chamadas "cêntricas" e as alongadas são chamadas "penadas".

- Aproximadamente 5600 espécies atuais.
- Em geral unicelulares.
- Componentes importantíssimos do fitoplâncton.
- Maioria é planctônica, mas podem ser encontradas no sedimentos ou sobre outros organismos.
- Não apresentam flagelos, como na classe Chrysophyceae.
- Parede celular peculiar (frústula), dividida em duas metades (valvas) que se encaixam uma na outra.
- Com base na simetria, podem ser penadas (bilaterais) ou cêntricas (radiais).
- Cêntricas: a reprodução sexuada, quando ocorre, é oogâmica (gameta feminino grande e imóvel e os gametas masculinos, pequenos, numerosos e móveis).
- Penadas: reprodução sexuada é isogâmica, com gametas aflagelados.

Exemplos de algas diatomáceas. Observe que as formas alongadas são as "penadas" e as redondas são as "cêntricas".

Divisão Pyrrhophyta
São os dinoflagelados.

- Apresentam cerca de 2100 espécies.
- Maioria unicelulares e biflagelados. Os flagelos localizam-se dentro de dois sulcos: um rodeia a célula como um cinto e o outro é perpendicular ao primeiro.
- O batimento destes flagelos faz o dinoflagelado rodopiar como um pião.
- Alguns são altamente tóxicos, responsáveis pelas marés vermelhas.
- Apresentam placas celulósicas rígidas que formam uma parede (teca).
- Possui clorofilas a e b, mas apresentam grande quantidades de pigmentos carotenóides.
- Podem se apresentar como simbiontes de vários organismos, como esponjas, águas-vivas, anêmonas, polvos, lulas, corais, etc. Os simbiontes são chamados de zooxantelas, pois não possuem tecas e ocorrem como células esféricas douradas. Em troca do abrigo, fornecem compostos orgânicos.
- A principal forma de reprodução é a divisão longitudinal, na qual cada metade recebe uma parte da teça e um flagelo.
- Reprodução sexuada isogâmica.

Exemplos de dinoflagelados.
Divisão Euglenophyta
São as euglenas.

- Apresentam cerca de 1000 espécies, que vivem em águas continentais ricas em matéria orgânica.

Foto de Euglena, Divisão Euglenophyta.


- Clorofila a e b e carotenóides.
- Reprodução por divisão celular. Não é conhecida reprodução sexuada nesta divisão.
- Gênero mais comum: Euglena. Seus flagelos estão presos na base de uma abertura (reservatório), na porção anterior da célula. O vacúolo contrátil coleta o excesso de água da célula e joga neste reservatório.
- Não apresentam parede celular. Assim, as células conseguem mudar de forma (modo alternativo de locomoção).

Imagem de uma euglena, indicando suas estruturas.

Divisão Rhodophyta
Também conhecidas como algas vermelhas.

- Grande maioria multicelular e de água salgada.
- Geralmente crescem presas a rochas ou sobre outras algas.
- Muito abundantes em água tropicais quentes.

Alga vermelha (Rhodophyta) do gênero Gigartina.

- Os cloroplastos contêm ficobilinas (pigmentos acessórios), que mascaram a cor da clorofila a, presente nestas algas. As ficobilinas são adaptadas à absorção do verde e azul-esverdeado, que penetra nas águas profundas, locais em que estas algas estão bem representadas.
- Estas algas não apresentam células flageladas, diferente dos outros grupos.
- Várias espécies apresentam terpenóides tóxicos característicos – defesa contra herbívoros.
- Parede celular: componente interno rígido (em geral celulose) e matriz mucilaginosa (ágar ou carragenana), responsável pela textura escorregadia e flexibilidade.
- Quando há deposito de carbonato de cálcio na parede celular, formam as algas coralináceas (família Corallinaceae), com estrutura rígida. O recorde de profundidade de um organismo fotossintetizante é de uma alga coralinácea (268m).
- Importância na produtividade dos corais, juntamente com as zooxantelas (dinoflagelados simbiônticos).
- O corpo da maioria das rodofíceas consiste de vários filamentos coesos interconectados, envolvidos por uma matriz mucilaginosa única. Apenas algumas, como o gênero Porphyra, apresentam células justapostas formando lâminas (uma ou duas camadas).

Alga vermelha do gênero Bonnemaisonia
Alga vermelha do gênero Trailliella
Alga vermelha do gênero Bonnemaisonia
Alga vermelha do gênero Chondrus

- Ciclo de vida:
Três fases distintas:
1. Gametófitos haplóides (masculino e feminino, separadamente);
2. Fase diplóide (carposporófito);
3. Outra fase diplóide (tetrasporófito).

- Algas masculinas (n) produzem espermatângios (com espermácios n). Os espermácios são imóveis, carregados pelas águas.
- Algas femininas (n) produzem carpogônios, com a oosfera no seu interior. Este filamento desenvolve uma tricogine (prolongamento).
- Quando os espermácios (liberados na água), encontram a tricogine, os dois se fundem. O núcleo masculino migra até a oosfera, onde ocorre a fecundação.
- O núcleo zigótico (2n) desenvolve um carposporófito que produz os carpósporos (2n) que, ao serem liberados, germinam. Assim, formam um tetrasporófito (2n), com tetrasporângios. Estes, por meiose, formam os tetrásporos (n).
- Os tetrásporos germinam, dando origem a gametófitos masculinos e femininos (n), reiniciando o ciclo.

Divisão Phaeophyta
Também conhecidas como algas pardas.

- Quase totalmente marinhas, são mais comumente encontradas em águas temperadas.
- Apesar de apresentarem número pequeno de espécies (1500), elas dominam os costões rochosos em todas as regiões mais frias do mundo.

Feófita da espécie Fucus ceranoides.

- Em águas claras, estas algas são encontradas desde o nível de maré baixa, até uma profundidade de 20 a 30 m.
- O gênero Sargassum ocorre em regiões tropicais, algas adaptadas à flutuação.
- Variam de tamanho: desde formas microscópicas até as maiores algas conhecidas, da ordem Laminariales, que formam extensas coberturas conhecidas como “kelps”.
- Suas células apresentam plastídeos em forma de discos marrom-dourados (semelhantes aos plastídeos das Chrysophyta (provável origem comum). Além da clorofila “a” e “c”, apresentam carotenóides (fucoxantina), que fornecem a cor marrom ou verde-oliva destas algas.
- O gênero Ectocarpus tem os representantes mais simples, filamentosos e ramificados.
- As algas mais complexas apresentam tecido semelhante ao parênquima das plantas, com estrutura celular tridimensional.
- O gênero Laminaria, mostram diferentes regiões em seu corpo: apressório, estipe e lâmina. Região meristemática entre a lâmina e o estipe. Este tipo de organização possibilita a regeneração, importante na utilização comercial. Extração de ácido algínico (estabilizante de alimentos e tintas). Podem ter mais de 60 m de comprimento.
- Presença de células alongadas, modificadas para a condução de produtos da fotossíntese.
- Fucus (ordem Fucales) é um gênero de algas pardas ramificadas dicotomicamente, que apresenta vesículas de ar próximos às ramificações das extremidades das lâminas.

Alga parda do gênero Fucus.


- Sargassum (ordem Fucales), um gênero correlato a Fucus, também apresenta flutuadores. Algumas espécies permanecem fixas e outras (sem apressórios) formam massas flutuantes.

Alga parda do gênero Sargassum.

Ciclo de vida (gênero Laminaria)
- O esporófito maduro (2n) produz esporângios, que formam, por meiose, zoósporos (n).
- Metade destes zoósporos (flagelados) são masculinos e metade femininos. Dando origem a gametófitos (n) masculinos e femininos.
- O gametófito masculino produz anterozóides (n) e o gametófito feminino produz a oosfera.
- O anterozóide nada até a oosfera, fertilizando-a. Assim forma-se o zigoto (2n). Este se desenvolve, originando o esporófito maduro.

Algas pardas do gênero Laminaria, cujo comprimento pode chegar a 60m.

Divisão Chlorophyta

Também conhecidas como algas verdes.

- Com pelo menos 7000 espécies, é o grupo mais diversificado de algas. Podem ou não ter tido um ancestral comum.

Alga verde da espécie Entheromorpha intestinalis.


- Encontradas em uma ampla variedade de habitats, como superfície da neve, troncos de árvores, solo e associação simbiôntica com fungos (alguns liquens), protozoários e hidras.
- A maioria das algas verdes aquáticas é de água doce. Algumas espécies marinhas podem atingir tamanhos grandes, como Codium magnum, com largura de 25 cm e 8 m de comprimento.
- Este grupo provavelmente deu origem às plantas terrestres.
- Assemelham-se a elas em várias características:
- Apresentam clorofila “a” e “b”.
- Armazenam amido nos plastídeos (únicos dois grupos que o fazem).
- Estrutura microscópica das células reprodutivas semelhantes aos anterozóides das plantas. Células unicelulares flageladas.

Divisão celular em algas verdes
Pode ser de dois tipos: envolvendo um ficoplasto ou um fragmoplasto, dependendo da classe de algas.
- Ficoplasto:
O fuso mitótico (que empurra os cromossomos recém divididos para os pólos opostos da célula) desaparece precocemente neste tipo de divisão. Com isso, um novo sistema de microtúbulos, o ficoplasto, desenvolve-se entre os dois núcleos filhos, paralelamente ao plano de divisão. O ficoplasto assegura que o sulco de clivagem passe entre os dois núcleos filhos. (veja imagem abaixo)
- Fragmoplasto:
O fuso mitótico persiste neste tipo de divisão. Assim, forma-se um fragmoplasto, com microtúbulos orientados perpendicularmente ao plano de divisão. O fuso permanece até ser quebrado pela placa celular em crescimento ou pelo sulco de clivagem. Este tipo de divisão é ancestral ao ficoplasto. (veja imagem abaixo)

Classificação das algas verdes (classes):

Pleurastrophyceae

Classe pertencente à Divisão Chlorophyta.

- Pequeno grupo de algas verdes simbiônticas. Vivem dentro de protozoários de água doce, esponjas, hidras e platelmintos.
- A reprodução ocorre por divisão celular simples, dentro dos seus hospedeiros. Em simbiose, não apresentam parede celular.

Charophyceae

Classe pertencente à Divisão Chlorophyta.

- Principalmente de água doce.
- Apresenta uma enzima fotorrespiratória (glicolato oxidase) dentro de peroxissomos, como em plantas. Classe mais semelhante às plantas.
- A membrana nuclear desintegra logo no inicio da divisão celular, como nas plantas. O fuso mitótico é persistente. Algumas apresentam fragmoplasto (para formação da placa celular).
- Podem ser unicelulares, poucas células, filamentosas e parenquimatosas.
- O gênero Spirogyra é filamentoso não ramificado e recebe este nome por causa dos seus cloroplastos com arranjo helicoidal em forma de fita.

Alga verde do gênero Spirogyra


- Outro grande grupo é o das desmídias, bastante incomuns quanto à sua forma: parede celular com uma constrição estreita, quase dividindo a célula.

Exemplos de algas verdes do grupo das desmídias.


- Dentro das Charophyceae, estão as ordens Coleochaetales e Charales, consideradas como tendo ligação com o ancestral das plantas. As plantas provavelmente se originaram de um membro extinto de Charophyceae.

Alga verde do gênero Chara

Ulvophyceae

Classe pertencente à Divisão Chlorophyta.

- Principalmente marinhas.
- A membrana nuclear persiste durante a divisão, assim como o fuso mitótico.
- Ex: gênero Cladophora, com membros filamentosos, multinucleados e septados.

Alga verde do gênero Cladophora


- Outro padrão de crescimento é representado pelo gênero Ulva (alface-do-mar). Estas algas são formadas por um talo achatado, liso, com duas camadas de células. São fixas ao substrato por um apressório.

Alga verde do gênero Ulva


- Um terceiro padrão de crescimento é representado pelos gêneros Codium e Acetabularia. Seu crescimento acontece com repetidas divisões nucleares sem a formação de paredes celulares.

Alga verde do gênero Codium
Alga verde do gênero Acetabularia

Chlorophyceae

Classe pertencente à Divisão Chlorophyta.

- Principalmente de água doce.
- Apresentam divisão celular com ficoplasto. A membrana nuclear persiste durante a divisão. Portanto, não podem ser consideradas ancestrais das plantas.

Chlorophyceae unicelulares móveis
- São biflagelados. Gênero mais comum: Chlamydomonas.
- Apresentam um estigma (mancha ocelar), para percepção da luz.
- Apresentam vacúolos contráteis.
- Em condições ambientais desfavoráveis, tornam-se imóveis.

Alga verde do gênero Chlamydomonas.

Chlorophyceae unicelulares não-móveis
- Células muito pequenas, sem flagelos, mancha ocelar ou vacúolos contráteis. O gênero Chlorella é o mais comum.
- Foram importantes para o estudo da fotossíntese.
- Fonte potencial de alimento para os seres humanos. Dela extrai-se um pó branco, rico em proteínas e vitaminas, que pode ser misturado aos alimentos.

Alga verde do gênero Chlorella.

Chlorophyceae coloniais não-móveis
- Ex: gênero Hydrodictyon, conhecido como rede aquática. As células são cilíndricas e dispostas em forma de redes.

Alga verde do gênero Hydrodiction.

Chlorophyceae coloniais móveis
- Células individuais se agregam, formando colônias impulsionadas pelos flagelos de cada célula. Em algumas colônias, as células são interconectadas por filamentos citoplasmáticos.
- Ex: gênero Gonium, no qual as células separadas são envolvidas por uma matriz gelatinosa.
- O gênero Pandorina apresenta polaridade, pois contêm manchas ocelares maiores em uma das extremidades. Como todas as células apresentam flagelos para o lado de fora da colônia, sua locomoção se dá por rolamento.
- Gênero Volvox: consiste de uma esfera oca formada de uma única camada de células vegetativas biflageladas com 500 a 60000 células e de um pequeno número de células reprodutivas. A colônia gira na água, em geral na direção da luz.
- Algumas espécies deste gênero não são apenas coloniais, já que apresentam grande divisão de tarefas. São multicelulares.

Alga verde do gênero Gonium.
Alga verde do gênero Volvox.

Chlorophyceae filamentosas parenquimatosas
- Algas de estruturas mais complexas encontradas nesta classe.
Ex: gênero Oedogonium é filamento e não ramificado.
- Gênero Fritschiella, adaptado à vida terrestre, apresenta uma parte parenquimatosa, prostrada ao substrato. Desta porção, partem ramos eretos.

Alga verde do gênero Fritschiella.
Alga verde do gênero Oedonium.

2 comentários:

  1. Bom Dia!
    Estes textos foram extraídos do meu site (www.biologados.com.br). Não há problema, desde que vc cite a fonte. Vc coloca um link na coluna da direita, mas está errado, falta o .br

    Gostaria que vc arrumasse pra mim, ok? O correto é www.biologados.com.br

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