Conhecidos como os musgos verdadeiros. Pertencem à Divisão Bryophyta. | Imagem de uma musgo verdadeiro - Classe Bryidae |
- As células do protonema ocorrem em uma camada simples, com ramificações que lembram algas verdes filamentosas. - Nos musgos verdadeiros, o gametófito é folhoso e geralmente ereto. - Os filídios se dispõem de forma espiralada ao redor do caulídio, em gametófitos adultos. - Os gametófitos de musgos variam de 0,5 mm a 50 cm ou mais de comprimento. - Todos apresentam rizóides multicelulares. - O caulídio apresenta uma única camada de células (espessura), exceto na região da costa (ausente em alguns gêneros). - Alguns musgos apresentam um filamento central com células especializadas na condução de água, os hidróides. - Hidróides são células alongadas, com paredes delgadas e altamente permeáveis à água. Ausência de protoplasto vivo. - Alguns gêneros de musgos apresentam elementos crivados (células condutoras de alimentos). Estas dispõe-se ao redor dos hidróides. Lembram as células condutoras de plantas vasculares sem sementes (pteridófitas). - Ao contrário dos hidróides, os elementos de tubo crivado apresentam cloroplastos quando adultos. - Os anterídios são protegidos dentro de estruturas folhosas chamadas rosetas. - Anterozóides dispersados por água (chuva, orvalho). Insetos também podem carregar água com anterozóides de planta para planta. Dispersão muito eficiente. - Existem dois padrões de crescimento para os gametófitos: 1- ereto e sem ramificações. Geralmente esporófitos terminais; 2- rastejantes, ramificados, formando pinas (pinados). Esporófitos laterais.
| Os esporófitos (cápsula que contém os esporos) das briófitas nascem sobre os gametófitos (estrutura que contém os rizóides, caulídios e filídios). |
- Podem ser monóicos ou dióicos, dependendo da espécie. - Os esporófitos nascem sobre os gametófitos. - O esporogônio ou cápsula forma-se na extremidade de uma seta ou haste. | Detalhe das cápsulas na extremidade das hastes (ou setas). |
- Células de esporófitos geralmente apresentam cloroplastos (fazem fotossíntese). Entretanto, perdem esta capacidade à medida que amadurecem. - Sua coloração anteriormente verde, passa a ser castanha. - Caliptra: estrutura protetora que recobre a cápsula. - Antes da liberação dos esporos, a caliptra cai. - Em seguida, o opérculo ou “tampa” da cápsula explode para a liberação dos esporos. - Quando o opérculo é liberado, torna-se visível o peristômio, anel de dentes que cerca a abertura da cápsula. Ausente nas outras classes de musgos. - O movimento dos dentes do peristômio de acordo com a umidade do ar, fazem a dispersão gradual dos esporos. - Cada cápsula pode conter até 50 milhões de esporos haplóides. - Reprodução sexuada pela emissão de gemas ou por fragmentação.
Classe Sphagnidae | Também conhecidos como os musgos de turfeiras. Pertencem à Divisão Bryophyta. | O musgo esfagno, do gênero Sphagnum, em ambiente natural. |
- Apresenta apenas um gênero com aproximadamente 350 espécies: gênero Sphagnum. - Os caulídios de seus gametófitos produzem tufos de ramos, freqüentemente cinco ramos em cada nó. - Gametófitos são originados de protonemas talosos em vez de filamentosos, e formam botões em suas margens, originando os gametófitos folhosos. - Filídios sem costa e adultos não apresentam rizóides. - Típicos de locais pantanosos, onde são eretos e adquirem consistência túrgida. - Os filídios são incomuns: apresentam células mortas grandes, rodeadas de células vivas e clorofiladas, menores. - As células mortas têm grande capacidade de absorção de água (20 x seu peso seco). - Por isso, foi utilizado para curativos em machucados e furúnculos. - São muito usados no mundo inteiro para jardinagem. Acrescenta-se esfagno em vasos, principalmente de orquídeas e outras plantas que necessitam de grande quantidade de umidade, por causa do seu alto poder de retenção de água. | Musgo esfagno sendo utilizado no cultivo de orquídeas para reter umidade junto à planta (este da foto foi comprado já desidratado em uma loja de artigos para jardim). |
- A cápsula apresenta dispersão por explosão, liberando uma nuvem de esporos.
| O musgo esfagno, do gênero Sphagnum. Observar a presença das cápsulas. |
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Plantas vasculares | As plantas vasculares englobam os grupos genericamente conhecidos como pteridófitas, gimnospermas e angiospermas. | Exemplos de plantas vasculares: o xaxim (Dicksonia sellowiana), uma pteridófita, o pinheiro (Araucaria angustifolia), uma gimnosperma e a azaléia (Rhododendron simsii), uma angiosperma. |
Mais precisamente, são plantas vasculares as seguintes divisões: Psilotophyta, Lycophyta, Sphenophyta, Pterophyta, Coniferophyta, Cycadophyta, Ginkgophyta, Gnetophyta, Anthophyta. O grupo das briófitas é avascular, ou seja, não possuem elementos para condução de seiva. Por este motivo, são plantas de tamanho muito reduzido. Com o passar do tempo, surgiu um avanço evolutivo importante, que permitiu um aumento de tamanho de algumas plantas. Esse avanço foi o aparecimento de sistemas condutores eficientes, consistindo em xilema e floema. Estes elementos solucionaram o problema de condução de água e alimento através da planta. Muitos botânicos acreditam que a aquisição da habilidade de sintetizar lignina, incorporada às paredes celulares das células de sustentação e de células condutoras de água, foi um passo fundamental para a evolução das plantas. As primeiras plantas terrestres possuiam partes aéreas e subterrâneas pouco diferenciadas. Aos poucos, as plantas desenvolveram raízes, que funcionavam na absorção de fixação, e em sistema caulinar, que funcionavam para aquisição de energia da luz do sol, de dióxido de carbono da atmosfera e de água, tornando-se um sistema muito bem adaptado à vida terrestre. Seguindo a linha evolutiva, surgiram as plantas com sementes. As sementes protegem o embrião durante o processo de dispersão e período de dormência, e depois nutre o esporófito durante o período de germinação e estabelecimento da plântula como indivíduo independente. Assim, as plantas tornaram-se capazes de sobreviver em condições ambientais cada vez mais desfavoráveis. As plantas vasculares, como dito no início do texto, são divididas em nove divisões. Mas popularmente, são divididas em três grandes grupos: - Pteridófitas ou samambaias: são plantas vasculares, sem sementes, flores ou frutos. Divisões: Psilotophyta, Lycophyta, Sphenophyta e Pterophyta. - Gimnospermas ou pinheiros: são plantas vasculares, com sementes reunidas em cones, mas sem frutos. Divisões: Coniferophyta, Cycadophyta, Ginkgophyta e Gnetophyta. - Angiospermas: são plantas vasculares, com sementes, flores verdadeiras e frutos. Divisão Anthophyta. Clique nas próximas páginas e navegue pelas informações sobre estes grupos. |
Plantas Vasculares sem Sementes | São as plantas conhecidas genericamente como pteridófitas, samambaias e avencas. | Exemplos de plantas vasculares sem sementes: uma avenca e uma samambaia. Foto: Silvia Schaefer |
São plantas que conseguiram atingir um tamanho maior do que as primeiras plantas terrestres (briófitas) devido ao surgimentos dos elementos condutores de seiva através da planta. Entretanto, seu sistema reprodutivo ainda é simples, e parcialmente dependente da água, pois não possuem nem sementes, nem flores e nem frutos. O corpo das plantas vasculares sem sementes já apresentam organização em tecidos, mostrando raízes, caules e folhas verdadeiros. Existem três divisões de plantas vasculares sem sementes, Rhyniophyta, Zosterophyllophyta e Trimerophyta dominaram a Terra no Período Devoniano e tormaram-se extintas no final deste período (cerca de 360 milhões de anos atrás). Estas plantas eram relativamente simples em sua estrutura. A quarta divisão de plantas vasculares sem sementes, Progimnospermophyta ou pró-gimnospermas, também extinta, provavelmente originou as plantas com sementes, as gimnospermas e angiospermas. Além destas quatro divisões mencionadas e já extintas, existem quatro divisões que possuem representantes atuais: Psilotophyta, Lycophyta, Sphenophyta e Pterophyta. Estas divisões serão discutidas nas próximas páginas. Estas plantas (samambaias, licofitas, esfenofitas e pró-gimnospermas) apresentam estruturas mais complexas, e dominaram a vegetação da Terra a partir do Período Devoniano Superior até o fim do Período Carbonífero, de cerca de 380 até 290 milhões de anos atrás. A partir da Era Mesozóica até em torno de 100 milhões de anos atrás, as gimnospermas passaram a dominar a flora terrestre. As plantas com flores (angiospermas) apareceram cerca de 127 milhões de anos atrás, e tem permanecido como a flora dominantes desde então. O grupo das pteridófitas: • A partir desse grupo, as plantas começam a desenvolver um sistema vascular, no entanto este ainda esta longe da complexidade atingida nas angiospermas (lignificação). • As Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas, formam o grupo das Traqueófitas. • A presença de sistema vascular nas traqueófitas, proporcionou grau maior de independência da água: transporte rápido e eficiente. • O tamanho das pteridófitas é bem maior em relação ao das briófitas (que apresenta sistema avascular). • As primeiras plantas vasculares não possuíam raízes nem folhas, foi somente com a especialização que estas estruturas foram lentamente aparecendo. • As pteridófitas não apresentam flor, semente ou fruto. • Reprodução: produção de esporos, formados no interior dos esporângios, reunidos em soros.
• Todas as plantas vasculares são oogâmicas (uma oosfera grande e anterozóides numerosos e diminutos, algumas vezes flagelados); • Os esporos das plantas podem ser divididos em: - Homosporados - produzem gametófitos bissexuados (com anterídios e arquegônios) Para evitar a autofecundação, os arquegônios e os anterídios geralmente amadurecem em épocas diferentes; Encontrados em Psilotophyta, Sphenophyta (cavalinha), algumas Lycophyta e quase todas as samambaias; - Heterosporados – esporos masculinos e femininos que, ao germinarem, dão origem a gametófitos unissexuados (M e F); Encontrados em algumas Lycophyta, em umas poucas samambaias e em todas as plantas com sementes; As principais divisões das plantas vasculares sem sementes são Psilotophyta, Lycophyta, Sphenophyta, e Pterophyta. DIVISÃO PSILOTOPHYTA | Plantas pertencentes ao grande grupo das pteridófitas, que possuem estrutura corpórea muito simples;. | Exemplar do gênero Psilotum |
• Inclui dois gêneros: Psilotum e Tmesipteris; Gênero Psilotum: • Psilotum apresenta distribuição tropical e subtropical enquanto Tmesipteris é restrito ao sul do Pacifico. • É o único entre as vasculares atuais que não apresentam raízes nem folhas; • O esporófito (planta adulta) consiste em uma porção aérea dicotomicamente ramificada com apêndices pequenos em forma de escamas e uma porção subterrânea ramificada; | Observe o crescimento dicotômico (cada ramo divide-se em dois) da planta do espécie Psilotum nudum |
• Os esporângios (estruturas que formam os esporos) são formados nas terminações dos ramos; | Imagem do esporângio. Estágio reprodutivo de Psilotum nudum. Estrutura com aproximadamente 1 mm de comprimento. |
• Após a germinação, os esporos dão origem a gametófitos bissexuados (monóicos); • Os anterozóides (gametas masculinos) são multiflagelados, necessitando de água para nadar até a oosfera. Por isso ainda apresentam certo grau de dependência da água para sobreviver. Gênero Tmesipteris: • São plantas epífitas, ou seja, vivem sobre outras plantas; • Apresentam apêndices em forma de folhas. | Exemplar da espécie Tmesipteris lanceolata, crescendo sobre o tronco de uma árvore. |
DIVISÃO LYCOPHYTA | - Existem várias espécies de Lycophyta extintas, muitas delas arbóreas, que predominaram a aproximadamente 360 milhões de anos, no Período Carbonífero (era Paleozóica). Sua extinção aconteceu no final da era Paleozóica, no período Permiano (aproximadamente 248 milhões de anos), época em que surgiram as primeiras coníferas. - Todas as Lycophyta, atuais e fósseis, possuem microfilos, um tipo de folha altamente característico da divisão. - As três famílias atuais de Lycophyta são basicamente ervas. São elas: Lycopodiaceae, Selaginellaceae e Isoetaceae. Lycopodiaceae - A maioria das 400 espécies é tropical. Entretanto, suas espécies são distribuídas desde as regiões árticas, até as tropicais. Maior parte é epífita. - O esporófito (planta adulta) consiste de um rizoma (tipo de caule típico de pteridófitas) ramificado que ramos aéreos e raízes. - Em geral, os microfilos são dispostos espiraladamente ao redor dos ramos. | Membro da família Lycopodiaceae, espécie Lycopodium clavatum. Observar os estróbilos na extremidade dos ramos |
- Os esporângios ocorrem na parte superior dos microfilos (que neste momento são chamados de esporofilos: folhas que contém esporângios). Exceto em Lycopodium, que apresenta estróbilos nas extremidades dos ramos. - São homosporadas. Após a germinação dos esporos, formam-se gametófitos bissexuados. A água ainda é necessária para a fecundação (anterozóide biflagelado).
Selaginellaceae - Selaginella é o único gênero desta família. | Representante do gênero Selaginella. |
- Maioria das espécies com distribuição tropical. Algumas de deserto, tornando-se dormentes nas épocas mais quentes. - O esporófito é herbáceo apresenta micrófilos, formando estróbilos. - São heterosporadas, com gametófitos unissexuados. - Anterozóides biflagelados (dependência da água).
Suas pequenas folhas (os microfilos) são dispostos na face dorsal (duas fileiras com folhas maiores) e na face ventral (duas fileiras com folhas bem reduzidas) | Selaginella novae. Observar o detalhe dos microfilos dorsais e ventrais. |
Isoetaceae - Único membro da família é o gênero Isoetes. Podem ser aquáticas ou viver em locais alagados em certas épocas do ano. - O esporófito consiste de um caule subterrâneo, curto e suculento (cormo), do qual partem os microfilos. - Este cormo é originado a partir de um câmbio, responsável pelo crescimento secundário. Importante característica que diferencia esta família das outras Lycophyta. - São heterosporados, formando gametófitos unissexuados. - Algumas plantas de altas altitudes têm a característica de extrair seu carbono para a fotossíntese a partir do sedimento, e não a partir da atmosfera. Suas folhas praticamente não apresentam estômatos, possuem cutícula espessa e basicamente não fazem trocas gasosas com a atmosfera.
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Divisão Sphenophyta | São as plantas conhecidas como cavalinhas. | Plantação da planta medicinal conhecida como cavalinha, do gênero Equisetum, Divisão Sphenophyta. |
- Assim como as Lycophyta, esta divisão ocorre desde o período Devoniano (Era Paleozóica). Durante o período Devoniano e Carbonífero, estavam representadas pelas Calamites (árvores de 18 m de altura). Atingiram sua diversidade e abundancia máxima no final da Era Paleozóica (cerca de 300 milhões de anos). Neste momento, surgiram as Equisetites, plantas semelhantes ao atual gênero Equisetum, único gênero atual desta divisão. Equisetum pode ser o gênero de plantas mais antigo sobrevivendo na Terra. - Comparativo: representantes desta divisão são mais antigos que os dinossauros, que surgiram no Triássico (Era Mesozóica) a 248 milhões de anos. - As cavalinhas são típicas de locais úmidos, encharcados ou à margem das florestas. - Apresentam nós e entrenós bem evidentes, de onde partem as pequenas folhas em forma de escamas. Os ramos, quando surgem, são formados de forma alternada com as folhas. | Nós (região escura) e entrenós (ramo verde) da planta cavalinha, do gênero Equisetum. Observar as pequenas folhas em forma de escamas que partem dos nós. |
- Os entrenós apresentam estrias rígidas e os caules aéreos partem de rizomas (subterrâneos).
| Cavalinha (gênero Equisetum). Observar as estrias dos entrenós. |
- São plantas homosporadas e os estróbilos são formados na extremidade do caule. Os anterozóides são multiflagelados e necessitam de água para nadar até a oosfera.
| Estróbilos de Equisetum, conhecido popularmente como cavalinha. |
É uma planta medicinal: Suas propriedades adstringentes e diuréticas, auxiliam no tratamento da gonorréia, diarréias, infecções de rins e bexiga, estimulam a consolidação de fraturas ósseas, agem sobre as fibras elásticas das artérias, atuam em casos de inflamação e inchaço da próstata, aceleram o metabolismo cutâneo, estimulam a cicatrização e aumentam a elasticidade de peles secas, sendo indicada ainda para o combate de hemorragias ou cãibras, úlceras gástricas e anemias. É usada também como hidratante profundo, ajuda a evitar varizes e estrias, limpa a pele, fortalece as unhas, dá brilho aos cabelos, auxilia no tratamento da celulite e também da acne. Com fins ornamentais é utilizada na composição da flora de lagos decorativos, em áreas brejosas, etc. Divisão Pterophyta | São as samambaias e avencas. | Imagem de uma samambaia, divisão Pterophyta. Foto: Silvia Schaefer |
| Avenca e samambaia com soros. Foto: Silvia Schaefer |
- Plantas abundantes desde o Período Carbonífero (Era Paleozóica) até os dias de hoje. É o segundo maior grupo de plantas, com 11000 espécies, perdendo apenas para as plantas com flores. - ¾ das espécies são encontradas nos trópicos. Destas, cerca de 1/3 são epífitas. - Existem também as espécies arboriformes, como o xaxim, podendo atingir 24m de altura, com folhas de mais de 5m. Apesar disso, os tecidos vegetais são inteiramente de origem primária. | Xaxim. Uma Pteridófita, também conhecida como samambaiaçú. Espécie: Dicksonia sellowiana, da família Dicksoniaceae. Foto: Silvia Schaefer |
- Em geral homosporadas. Heterósporos ocorrem apenas nas aquáticas. - O caule, em geral, é um rizoma subterrâneo, exceto em espécies eretas. - As raízes se formam na porção inferior de um caule aéreo ou na superfície inferior do rizoma. - As folhas (megáfilos) são chamadas de fronde e apresentam pecíolo e lâmina, que pode ser inteira ou pinada. A continuação do pecíolo na lâmina é chamada de raque; fixadas à raque e mais ou menos opostas umas às outras, estão pares de folhas chamadas pinas. As frondes jovens são chamadas de báculos e expandem-se por desenrolamento. - esporófilos apresentam na face abaxial, pequenos pontos escuros chamados soros, que são reuniões de esporângios. Estes podem ou não estar protegidos por uma película chamada indúsio.
| Soros de uma pteridófita, na face abaxial da folha. Soros são agrupamentos de esporângios, estruturas formadoras de esporos. Foto: Silvia Schaefer |
Plantas Vasculares com Sementes e sem Frutos | São as plantas conhecidas popularmente como pinheiros ou gimnospermas. Geralmente de grande porte. | Pinheiro da espécie Araucaria bidwillii. Observar a espessura do tronco. Foto: Silvia Schaefer |
• As Gimnospermas são plantas vasculares como os ciprestes, as sequóias e os pinheiros. • São as primeiras plantas a apresentarem sementes, o que significa proteção e alimento para o embrião. Importância evolutiva desta estrutura: sobrevivência mesmo em condições ambientais desfavoráveis. Por isso as espermatófitas (plantas com sementes) são as dominantes. • Possuem flores e sementes, mas não apresentam frutos. “Sementes nuas”, não envolvidas por frutos. • São as plantas vasculares mais altas do mundo: até 117 m de altura e 11 m de diâmetro. • Em geral, as estruturas reprodutivas masculinas e femininas encontram-se na mesma árvore (monóicas). Algumas são dióicas (plantas masculinas e plantas femininas separadas como a Araucaria angustifolia ou pinheiro-do-paraná). • Os elementos reprodutivos se reúnem em estróbilos, que são as flores das gimnospermas. • São as primeiras plantas a terem independência da água para reprodução: - Esporos masculinos, através do vento, chegam à parte feminina da planta. - Os esporos germinam e o gameta masculino (células espermáticas) chega ao feminino (oosfera) através do tubo polínico. Gametas masculinos não flagelados. • Existem quatro divisões de gimnospermas atuais: - Cycadophyta (cicas); - Ginkgophyta (ginkgo); - Gnetophyta (gnetófitas); - Coniferophyta (coníferas). |
Divisão Cycadophyta | Plantas popularmente conhecidas como cicas, muito usadas para paisagismo. | Exemplar da Divisão Cycadophyta, planta ornamental do gênero Cyca. Foto: Silvia Schaefer |
• Plantas semelhantes a palmeiras, encontradas em regiões tropicais e subtropicais. (Diferença: palmeiras não apresentam crescimento secundário e cicadáceas sim). • Maioria são plantas grandes (atingem até 18 m de altura). Em alguns casos o caule é subterrâneo, ficando apenas as folhas para fora. • Muito antigas (apareceram a cerca de 320 milhões de anos – coabitaram a Terra com os dinossauros, período em que elas eram mais abundantes. • São plantas freqüentemente tóxicas (agentes cancerígenos e neurotóxicos). • São plantas dióicas (sexos separados).
| Estróbilo de Cyca, divisão Cycadophyta. |
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Divisão Ginkgophyta | São árvores de grande porte conhecidas como ginkgo. | Folhas labeladas da planta Ginkgo biloba, divisão Ginkgophyta. |
• Único representante vivo é a planta da espécie Ginkgo biloba, com folhas labeladas, crescimento lento, podendo atingir 30 m de altura ou mais. • Diferente da maioria das outras gimnospermas, o ginkgo é decíduo (perde as folhas em alguma estação). Suas folhas tornam-se douradas antes de cair. • São particularmente comuns na China e Japão. Como é muito resistente à poluição, é bastante cultivado em áreas urbanas. • São plantas dióicas, ou seja, de sexos separados.
| Árvore da espécie Ginkgo biloba. |
| Semente de Ginkgo biloba. |
O ginkgo é considerada uma planta medicinal, pois apresenta substâncias que combatem os radicais livres e auxiliam na oxigenação cerebral. Nomes populares: Nogueira-do-Japão, árvore-avenca, ou simplesmente ginkgo. |
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Divisão Gnetophyta | • Habitam geralmente regiões deserticas ou áridas do mundo. • Seus estróbilos têm, às vezes muita semelhança com inflorescências de angiospermas, indicando que há um ancestral comum entre os grupos. • Esta divisão apresenta cerca de 70 espécies distribuídas em 3 gêneros:
Gnetum:
É um gênero que inclui árvores e trepadeiras, com folhas grandes, muito parecidas com as das dicotiledôneas. Encontradas na maioria das regiões tropicais. | Planta do gênero Gnetum, uma gimnosperma da Divisão Gnetophyta. Observe que suas folhas são muito parecidas com as das dicotiledôneas. |
| Sementes de Gnetum e seus estróbilos. |
Ephedra: É composto por arbustos com folhas pequenas e caules aparentemente articulados. Lembra o gênero Equisetum (pteridófita). | Exemplares de Ephedra, uma gimnosperma da Divisão Gnetophyta. | | Detalhe dos estróbilos de Ephedra, gimnosperma da divisão Gnetophyta. |
Welwitschia:
É provavelmente a planta vascular mais estranha que se conhece. A maior parte da planta fica enterrada no solo. Ela produz apenas duas folhas, de crescimento contínuo. Vive em desertos da África. | Exemplar do gênero Welwitschia, uma gimnosperma da Divisão Gnetophyta. |
| | Planta do gênero Welwitschia, da Divisão Gnetophyta. Observe os estróbilos, estruturas comuns em gimnospermas. |
• Alguns representantes dos 3 gêneros produzem néctar e são visitados por insetos (fato incomum em gimnospermas).
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Divisão Coniferophyta | São conhecidas como coníferas. | Folhas (acículas) do pinheiro bunia, da espécie Araucaria bidwillii, família Araucariaceae, divisão Coniferophyta. Foto: Silvia Schaefer |
• Grupo atual de gimnospermas mais numeroso e com distribuição mais ampla. • Pertencem a esta divisão as plantas mais altas do mundo: as sequóias (Sequoia sempervirens), podendo atingir 117m e diâmetro de mais de 11m. • Incluem também os pinheiros e abetos. • As coníferas surgiram no final do Período Carbonífero, a 290 milhões de anos (era Paleozóica). Diversificaram-se muito no período Permiano, entre 286 a 248 milhões de anos atrás. • As folhas das coníferas atuais apresentam muitas características xeromorfas, por causa da aridez mundial típica da época em que se desenvolveram.
Os Pinheiros Os pinheiros são as espécies mais comuns de coníferas. Dominam amplas extensões no hemisfério norte, em locais de clima temperado. Também são amplamente cultivas no hemisfério sul. Suas folhas são aciculares, crescendo em grupos (fascículos) de 1 a 8 folhas, dependendo da espécie. Os fascículos são protegidos na base por escamas foliares. Em geral, são perfeitamente adaptadas a crescerem em condições áridas: A epiderme é recoberta por uma espessa cutícula. Abaixo da epiderme encontra-se uma camada de células de paredes espessadas e arranjadas de forma compacta (hipoderme). Os estômatos são afundados, abaixo da superfície da epiderme. O mesófilo é atravessado por ductos resiníferos. As folhas (acículas) são retidas durante vários anos. Como não são trocadas todos os anos, recebem muito mais injúrias (seca, frio, poluição) que as folhas de plantas decíduas. O crescimento secundário do caule começa cedo, no início do desenvolvimento da planta. Cascas (periderme): formadas pelo câmbio da casca.
As principais famílias são: Pinaceae Taxodiaceae Cupressaceae Podocarpaceae Araucariaceae No Brasil, só ocorrem representantes nativos das famílias Podocarpaceae (duas espécies de Podocarpus) e Araucariaceae (uma espécie de Araucaria). Todas as outras espécies de coníferas que existem aqui, são exóticas, provenientes de outros países. |
Família Pinaceae | • Plantas arbóreas ou arbustivas lenhosas, com folhas aciculares dispostas em espiral. Em certos gêneros (Pinus, Cedrus, Larix) estas apresentam-se em fascículos (grupos). Cada grupo é protegido na base por escamas foliares.
| Folhas aciculares (acículas) de Pinus, família Pinaceae, divisão Coniferophyta. |
A pinha (ou estróbilo para os botânicos) é o órgão das plantas da divisão Pinophyta onde se encontram as estruturas reprodutivas. As pinhas lenhosas que estamos habituados a ver são na verdade flores diferenciadas. Nas Gimnospermas, a pinha é orgão reprodutor onde são formados os micrósporos (Pólen) e os megásporos (célula-mãe do óvulo), diferenciando-se em espécie por tamanho, que no caso de estróbilo feminino são maiores em relação aos estróbilos masculinos. É errado, porém, afirmar que a pinha é o fruto, já que essa espécie de vegetal produz sementes "nuas" (Gimno = nuas; Spermas = semente), não protegidas por fruto, característica essa típica das Angiospermas. Por vezes, usa-se também a palavra cone para designar estas estruturas, não só para o grupo dos pinheiros, mas também para as restantes gimnospérmicas. • O megasporofilo transporta dois óvulos, e é protegido por uma folha estéril, a escama de cobertura. É o estróbilo, estrutura de reprodução feminina. | Estróbilo feminino de Pinus, também conhecido como pinha. |
• Flores masculinas em densos estróbilos alongados; cada microsporofilo transporta dois sacos polínicos (microsporângios).
| Estróbilos masculinos de Pinus. São estruturas menores que os estróbilos femininos. |
• Sementes muitas vezes aladas (Pinus, Cedrus). • Esta é a maior família de gimnospermas vivas, com centro de dispersão no hemisfério norte. Pinus é o maior gênero com cerca de 90 espécies.
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Família Taxodiaceae | • Família relativamente pequena, com 10 gêneros, composta essencialmente por plantas lenhosas arbóreas, com um único gênero nativo no hemisfério sul (Tasmânia).
| Conifera do gênero Sequoia, uma árvore que pode atingir tamanhos impressionantes. São consideradas as árvores mais altas do mundo. |
• Folhas pequenas, aciculares ou escamiformes, com disposição espiralada. • Plantas com sexos separados, formando estróbilos masculinos laterais pequenos. Cada microsporofilo transporta de 2 a 9 microsporângios.
| Estróbilos masculinos (microstróbilos) do gênero Taxus, são pequenos e formados lateralmente nos ramos. |
• Estróbilos femininos terminais. Cada megasporófilo transporta um óvulo. Cone maduro, constituído pelas escamas de cobertura, que protegem de 3 a 9 óvulos.
| Conífera do gênero Taxus apresenta sementes rodeadas por uma cúpula carnosa vermelha, chamada arilo. O arilo atrai pássaros e outros animais que se alimentam e dispersam a semente. |
• Destaque: dois gêneros da América do Norte: Sequoiadendron e Sequoia. O primeiro atinge tamanhos gigantescos e idade de cerca de 4.000 anos.
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Família Cupressaceae | • Segunda maior família do grupo: com 16 gêneros e 140 espécies distribuídas em todo o mundo, principalmente no hemisfério norte. Nenhuma é nativa no Brasil.
| Exemplar da conifera cipreste, gênero Cupressus. |
• São plantas lenhosas de porte arbóreo ou mais raramente arbustivo. • Folhas em geral pequenas, escamiformes, de disposição oposta, revestindo completamente os ramos novos.
| Gênero Cupressus. Observar os estróbilos e as folhas em forma de escamas. |
• Plantas monóicas. • Estróbilos masculinos pequenos, terminais ou laterais, isolados ou em grupos. Cada microsporofilo transporta freqüentemente 4 microsporângios. • Estróbilos femininos terminais em ramos curtos, pequenos, com escamas ovulíferas transportando de 2 a 12 óvulos.
| Estróbilo de cipreste (Cupressus) |
Cones pequenos, os menores dentre as coníferas, lenhosos ou carnosos (Gênero Juniperus). | Exemplar do gênero Juniperus. |
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Família Podocarpaceae | • Único gênero é o Podocarpus, com distribuição predominantemente no hemisfério sul (Brasil e África) e com poucas espécies.
| Exemplar de Podocarpus, uma gimnosperma da família Podocarpaceae. |
• Folhas pequenas (exceto P. sellowii do Brasil, com folhas largas). • As sementes são produzidas isoladamente. • Flores femininas (estróbilos) terminais em ramos curtos especiais, óvulo com envoltório carnoso na base, que se desenvolve na semente madura, como um pedúnculo carnoso (daí a origem do nome do gênero).
| Sementes de Podocarpus. São revestidas com um tecido carnoso. |
• Flores masculinas reunidas em densos estróbilos. Cada microsporofilo transporta dois sacos polínicos (microsporângios). • As plantas são de sexos separados. • No Brasil duas espécies: - P. lamberti com distribuição limitada à zona de Araucaria, nos Estados do sul do Brasil. Ele faz parte da Mata de Araucaria, é uma árvore de pequeno porte que atinge de 8 a 14 m. - P. sellowii mais raro, ocorre ao longo da Serra do Mar e na região amazônica.
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Muito bom o BLOG!! Parabéns!!
ResponderExcluirVocê sabe se existe algum exemplar completo da Flora Brasiliensis aqui no Brasil?
Abraços