sábado, 9 de maio de 2009

O REINO FUNGI

Reino Fungi

Os fungos, também conhecidos como cogumelos, são organismos uni ou pluricelulares, destituídos de pigmentos fotossintetizantes.

Dotados de parede celular, sua reprodução normalmente envolve a participação de esporos, como ocorre entre as plantas.

Mas armazenam glicogênio e apresentam nutrição heterótrofa, como os animais.

Fungo

E, enquanto os animais são heterótrofos por ingestão, os fungos são heterótrofos por absorção.

Pelas, diferenças que apresentam tanto em relação aos vegetais como aos animais, modernamente os fungos são enquadrados num reino “somente deles": o reino Fungi

O ramo da Biologia que se encarrega do estudo das aproximadamente 10 000 espécies de fungos conhecidas chama-se Micologia.

Na espécie humana são conhecidas diversas micoses, doenças causadas por fungos.

Entre elas podemos considerar: o sapinho ou a candidíase, causada pelo fungo Candida albicans; a frieira ou pé-de atleta, provocada pelo fungo Tinea pedis; a blastomicose sul-americana, micose grave que pode ocasionar a morte por lesões na pele e em órgãos internos, como os pulmões; a dermatose pitiríase (do grego pityron = farelo), caracterizada pela produção de escamas epiteliais que se esfarelam.

Os fermentativos: álcool, bebidas, pães, bolos

Na fabricação do álcool e de bebidas alcoólicas, como o vinho e a cerveja, é fundamental a participação dos fungos do gênero Saccharomyces, que realizam fermentação alcoólica, convertendo açúcar em álcool etílico.

Esses fungos, conhecidos também como leveduras, são anaeróbicos facultativos, já que realizam respiração aeróbica em presença de gás oxigênio e fermentação na ausência desse gás. Por isso, na fabricação do vinho, por exemplo, evita-se o contato do suco de uva com o ar; assim, em vez de realizar a respiração aeróbica, o fungo processa a fermentação alcoólica, liberando álcool etílico e permitindo a obtenção do vinho.

Antibióticos e queijos

Na indústria de antibióticos, os fungos também têm papel de destaque. Afinal, foi do Penicillium notatum que Alexander Fleming, em 1929, extraiu a penicilina, antibiótico responsável pela salvação de milhares de vidas durante a Segunda Guerra Mundial.

Hoje, muitos outros antibióiicos largamente aplicados são conseguidos a partir de culturas de fungos.

O gênero Penicillium, além de abranger espécies fornecedoras de penicilina, compreende outras que são indispensáveis na manufatura de queijos como o roquefort e o camembert

Os liquens resultam da associação entre algas unicelulares (azuis ou verdes) e fungos (principalmente ascomicetos).

Nessa interação, as algas constituem os elementos produtores, isto é, sintetizam matéria orgânica e fornecem para os fungos parte do alimento produzido; estes, com suas hifas, envolvem e protegem as algas contra a desidratação, além de lhes fornecer água e sais minerais que retiram do substrato.

Denomina-se mutualismo à interação biológica onde as duas espécies são beneficiadas, como as algas e os fungos que constituem o líquen.

Fonte: www.fag.edu.br

Reino Fungi

Os fungos são popularmente conhecidos por bolores, mofos, fermentos, levedos, orelhas-de-pau, trufas e cogumelos-de-chapéu (champignon). É um grupo bastante numeroso, formado por cerca de 200.000 espécies espalhadas por praticamente qualquer tipo de ambiente.

Os fungos e sua importância

Ecológica

Os fungos apresentam grande variedade de modos de vida. Podem viver como saprófagos, quando obtêm seus alimentos decompondo organismos mortos; como parasitas, quando se alimentam de substâncias que retiram dos organismos vivos nos quais se instalam, prejudicando-o ou podendo estabelecer associações mutualísticas com outros organismos, em que ambos se beneficiam. Além desses modos mais comuns de vida, existem alguns grupos de fungos considerados predadores que capturam pequenos animais e deles se alimentam.

Em todos os casos mencionados, os fungos liberam enzimas digestivas para fora de seus corpos. Essas enzimas atuam imediatamente no meio orgânico no qual eles se instalam, degradando-o à moléculas simples, que são absorvidas pelo fungo como uma solução aquosa.

Os fungos saprófagos são responsáveis por grande parte da degradação da matéria orgânica, propiciando a reciclagem de nutrientes. Juntamente com as bactérias saprófagas, eles compõem o grupos dos organismos decompositores, de grande importância ecológica. No processo da decomposição, a matéria orgânica contida em organismos mortos é devolvida ao ambiente, podendo ser novamente utilizada por outros organismos.

Apesar desse aspecto positivo da decomposição, os fungos são responsáveis pelo apodrecimento de alimentos, de madeira utilizada em diferentes tipos de construções de tecidos, provocando sérios prejuizos econômicos. Os fungos parasitas provocam doenças em plantas e em animais, inclusive no homem.

Fungos apodrecendo o morango.
Fungos apodrecendo o morango.

A ferrugem do cafeeiro, por exemplo, é uma parasitose provocada por fungo; as pequenas manchas negras, indicando necrose em folhas, como a da soja, ilustrada a seguir, são devidas ao ataque por fungos.

Folha da soja com sintomas da ferrugem asiática.
Folha da soja com sintomas da ferrugem asiática.

Anatomia de Ferrugem
Anatomia de Ferrugem

Em muitos casos os fungos parasitas das plantas possuem hifas especializadas - haustórios - que penetram nas células do hospedeiro usando os estomas como porta de entrada para a estrutura vegetal. Das células da planta captam açúcares para a sua alimentação.

Dentre os fungos mutualísticos, existem os que vivem associados a raízes de plantas formando as micorrizas (mico= fungo; rizas = raízes). Nesses casos os fungos degradam materiais do solo, absorvem esses materiais degradados e os transferem à planta, propiciando-lhe um crescimento sadio. A planta, por sua vez, cede ao fungo certos açucares e aminoácidos de que ele necessita para viver.

Micorriza
Micorriza

Reino Fungi

Econômica

Muito fungos são aeróbios, isto é, realizam a respiração, mas alguns são anaeróbios e realizam a fermentação. Destes últimos, alguns são utilizados no processo de fabricação de bebidas alcoólicas, como a cerveja e o vinho, e no processo de preparação do pão. Nesses processos, o fungo utilizado pertence à espécie Saccharomyces cerevisiae, capaz de transformar o açucar em alcool etílico e CO2 (fermentação alcoólica), na ausência de O2. Na presença de O2 realizam a respiração. Eles são, por isso, chamados de anaeróbios facultativos.

Na fabricação de bebidas alcoólicas o importante é o alcool produzido na fermentação, enquanto, na preparação do pão, é o CO2. Neste último caso, o CO2 que vai sendo formado se acumula no interior da massa, originando pequenas bolhas que tornam o pão poroso e mais leve. O aprisionamento do CO2 na massa só é possivel devido ao alto teor de glúten na farinha de trigo, que dá a "liga" do pão. Pães feitos com farinhas pobres em glúten não crescem tanto quanto os feitos com farinha rica em glúten.

Imediatamente antes de ser assado, o teor alcoólico do pão chega a 0,5%; ao assar, esse álcool evapora, dando ao pão um aroma agradável.

Alguns fungos são utilizados na indústria de laticínios, como é o caso do Penicillium camemberti e do Penicillium roqueforte, empregados na fabricação dos queijos Camembert e Roquefort, respectivamente.

Camembert
Camembert

Roquefort
Roquefort

Algumas espécies de fungos são utilizadas diretamente como alimento pelo homem. É o caso da Morchella e da espécie Agaricus brunnescens, o popular cogumelo ou champignon, uma das mais amplamente cultivadas no mundo.

Morchella
Morchella

Doenças Causadas por Fungos

As micoses que aparecem comumente nos homens são doenças provocadas por fungos. As mais comuns ocorrem na pele, podendo-se manifestar em qualquer parte da superfície do corpo. São comuns as micoses do couro cabeludo e da barba (ptiríase), das unhas e as que causam as frieiras (pé-de-atleta). As micoses podem afetar também as mucosas como a da boca. É o caso so sapinho, muito comum em crianças. Essa doença se manifesta por multiplos pontos brancos na mucosa.

Agaricus
Agaricus

Micose em couro cabeludo
Micose em couro cabeludo

Existem, também, fungos que parasitam o interior do organismo, como é o caso do fungo causador da histoplasmose, doença grave que ataca os pulmões.

Reino Fungi

Fungos Unicelulares

À primeira vista, parece que todo o fungo é macroscópico. Existem, porém, fungos microscópicos, unicelulares. Entre estes, pode ser citado o Saccharomyces cerevisiae. Esse fungo é utilizado para a fabricação de pão, cachaça, cerveja etc., graças à fermentação que ele realiza.

Fungos unicelulares
Saccharomyces: fungos unicelulares. Note que os pequenos brotos são novos
indivíduos que estão sendo formados por reproduçãoo assexuada.

Fungos Pluricelulares

Os fungos pluricelulares possuem uma característica morfológica que os diferencia dos demais seres vivos. Seu corpo é constituído por dois componentes: o corpo de frutificação é responsável pela reprodução do fungo, por meio de células reprodutoras especiais, os esporos, e o micélio é constituído por uma trama de filamentos, onde cada filamento é chamado de hifa.

Micélio

Na maioria dos fungos, a parede celular é complexa e constituída de quitina, a mesma substância encontrada no esqueleto dos artrópodes.

O carboidrato de reserva energética da maioria dos fungos é o glicogênio, do mesmo modo que acontece com os animais.

Tipos de Hifas

Dependendo do grupo de fungos, as hifas podem apresentar diferentes tipos de organização. Nas hifas cenocíticas, presentes em fungos simples, o fio é contínuo e o citoplasma contém numerosos núcleos nele inserido. Fungos mais complexos, possuem hifas septadas, isto é, há paredes divisórias (septos) que separam o filamento internamente em segmentos mais ou menos parecidos. Em cada septo há poros que permitem o livre trânsito de material citoplasmático de um compartimento a outro.

Tipos de hifas
Tipos de hifas. Pelos poros das hifas septadas ocorre trânsito de citoplasma e de núcleos de uma célula para outra. Nos fungos, os núcleos são haplóides.s

Reprodução nos fungos

Reprodução Assexuada

Fragmentação

A maneira mais simples de um fungo filamentoso se reproduzir assexuadamente é por fragmentação: um micélio se fragmenta originando novos micélios.

Brotamento

Leveduras como Saccharomyces cerevisae se reproduzem por brotamento ou gemulação. Os brotos (gêmulas) normalmente se separam do genitor mas, eventualmente, podem permanecer grudados, formando cadeias de células.

Esporulação

Nos fungos terrestres, os corpos de frutificação produzem, por mitose, células abundantes, leves, que são espalhadas pelo meio. Cada células dessas, um esporo conhecido como conidiósporo (do grego, kónis = poeira), ao cair em um material apropriado, é capaz de gerar sozinha um novo mofo, bolor etc.

Para a produção desse tipo de esporo a ponta de uma hifa destaca-se do substrato e, repentinamente, produz centenas de conidiósporos, que permanem unidos até serem liberados. É o que acontece com o fungo penicillium, que assim foi chamado devido ao fato de a estrutura produtora de esporos - o conídio - se assemelhar a um pincel.

Laranja contaminada
Laranja contaminada com Penicillium sp , vista a olho nú.

Corpo de frutificação do Penicillium sp.
Micografia eletrônica de varredura mostrando o corpo de frutificação do Penicillium sp. freqüente bolor encontrado em frutas. Os pequenos e leves esporos esféricos (conidiósporos) brotam de conídios que surgem na extremidade de uma hifa especializada, o conidióforo.

Reino Fungi

Em certos fungos aquáticos, os esporos são dotados de flagelos, uma adaptação à dispersão em meio líquido. Por serem móveis e nadarem ativamente, esses esporos são chamados zoósporos.

Reprodução Sexuada

No ciclo reprodutivo de alguns fungos aquáticos, há a produção de gametas flagelados, que se fundem e geram zigotos que produzirão novos indivíduos. Nos fungos terrestres, existe um ciclo de reprodução no qual há produção de esporos por meiose. Desenvolvendo-se, esses esporos geram hifas haplóides que posteriormente se fundem e geram novas hifas diplóides, dentro dos quais ocorrerão novas meioses para a produção de mais esporos meióticos. A alternância de meiose e fusão de hifas (que se comportam como gametas) caracteriza o processo como sexuado.

O esquema da figura abaixo ilustra um ciclo de reprodução genérico, válido para a maioria dos fungos. Muitos alternam a reprodução sexuada com a assexuada. Em outros, pode ocorrer apenas reprodução sexuada ou apenas a reprodução assexuada.

De modo geral, a reprodução sexuada dos fungos se inicia com a fusão de hifas haplóides, caracterizando a plasmogamia (fusão de citoplasmas). Os núcleos haplóides geneticamente diferentes, provenientes de cada hifa parental, permanecem separados (fase heterocariótica, n + N). Posteriormente, a fusão nuclear (cariogamis) gera núcleos diplóides que, dividindo-se por meiose, produzem esporos haplóides. Esporos formados por meiose são considerados sexuados (pela variedade decorrente do processo meiótico).

Algumas curiosidades merecem ser citadas a respeito da fase sexuada da reprodução:

Antes de ocorrer plasmogamia, é preciso que uma hifa "atraia" a outra. Isso ocorre por meio da produção de feromônios, substâncias de "atração sexual" produzidas por hifas compatíveis

Em muitos fungos, após a plasmogamia decorre muito tempo (dias, meses, anos) até que ocorra a cariogamia

A produção de esporos meióticos, após a ocorrência de cariogamia, se dá em estruturas especiais, freqüentemente chamadas de esporângios.

Reprodução Sexuada dos Fungos
Reprodução Sexuada dos Fungos
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Classificação dos Fungos

Classificar fungos não é tarefa fácil. Trata-se de um grupo muito antigo (mais de 540 milhões de anos) e existem muitas dúvidas a respeito de sua origem e evolução.

Classificação dos Fungos
Classificação dos Fungos
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Os quitridiomicetos, constituídos por cerca de 790 espécies, são os prováveis ancestrais dos fungos. Vivem em meio aquático e em solos úmidos próximos a represas, rios e lagos. Vivem da absorção da matéria orgânica que decompõe e, muitas vezes, parasitam algas, protozoários, outros fungos, plantas e animais. Algumas espécies causam considerável prejuízo em plantas de cultivo (alfafa e milho).

Os ascomicetos, com cerca de 32.000 espécies, são os que formam estruturas reprodutivas sexuadas, conhecidas como ascos, dentro das quais são produzidos esporos meióticos, os ascósporos. Incluem diversos tipos de bolores, as trufas, as Morchellas, todos filamentos, e as leveduras (Saccharomyces sp.), que são unicelulares.

Os basidiomicetos, com cerca de 22.000 espécies, são os que produzem estruturas reprodutoras sexuadas, denominadas de basídios, produtores de esporos meióticos, os basidiósporos. O grupo inclui cogumelos, orelhas-de-pau, as ferrugens e os carvões, esses dois últimos causadores de doenças em plantas.

Os zigomicetos, com cerca de 1.000 espécies, são fungos profusamente distribuídos pelo ambiente, podendo atuar como decompositores ou como parasitas de animais. Os mais conhecidos é o Rhizobux stolonifer, bolor que cresce em frutas, pães e doces - seu corpo de frutificação é uma penugem branca que lembra filamentos de algodão, recheados de pontos escuros que representam os esporângios.

Os deuteromicetos, ou fungos conidiais, que já foram conhecidos como fungos imperfeitos, costituem um grupo de fungos que não se enquadra no dos anteriores citados. Em muitos deles, a fase sexuada não é conhecida ou pode ter sido simplesmente perdida ao longo do processo evolutivo. De modo geral, reproduzem-se assexuadamente por meio da produção de conidiósporos. A esse grupo pertencem diversas espécies de Penicillium (entre as quais a que produz penicilina) e Aspergillus (algumas espécies produzem toxinas cancerígenas).

Líquens

Os liquens são associações simbióticas de mutualismo entre fungos e algas. Os fungos que formam liquens são, em sua grande maioria, ascomicetos (98%), sendo o restante, basidiomicetos. As algas envolvidas nesta associação são as clorofíceas e cianobactérias. Os fungos desta associação recebem o nome de micobionte e a alga, fotobionte, pois é o organismo fotossintetizante da associação.

A natureza dupla do líquen é facilmente demonstrada através do cultivo separado de seus componentes. Na associação, os fungos tomam formas diferentes daquelas que tinha quando isolados, grande parte do corpo do líquen é formado pelo fungo.

Fungo entrelaçadas
A microscopia eletrônica mostra as hifas de fungo entrelaçadas com as algas.

Morfologia

Normalmente existem três tipos de talo:

Crostoso

O talo é semelhante a uma crosta e encontra-se fortemente aderido ao substrato.

Crostoso
Crostoso

Folioso

O talo é parecido com folhas

Folioso
Folioso

Reino Fungi

Fruticoso

O talo é parecido com um arbusto e tem posição ereta.

Fruticoso
Fruticoso

Reprodução

Os liquens não apresentam estruturas de reprodução sexuada. O micobionte pode formar conídios, ascósporos ou basidiósporos. As estruturas sexuadas apresentam forma de apotécio. Os esporos formados pelos fungos do líquen germinam quando entram em contato com alguma clorofícea ou cianobactéria.

O fotobionte se reproduz vegetativamente. O líquen pode se reproduzir assexuadamente por sorédios, que são propágulos que contém células de algas e hifas do fungo, e por isídios, que são projeções do talo, parecido com verrugas. O líquen também pode se reproduzir por fragmentação do talo.

Habitat

Os líquens possuem ampla distribuição e habitam as mais diferentes regiões. Normalmente os liquens são organismos pioneiros em um local, pois sobrevivem em locais de grande estresse ecológico. Podem viver em locais como superfícies de rochas, folhas, no solo, nos troncos de árvores, picos alpinos, etc. Existem líquens que são substratos para outros líquens.

A capacidade do líquen de viver em locais de alto estresse ecológico deve-se a sua alta capacidade de dessecação. Quando um líquen desseca, a fotossíntese é interrompida e ele não sofre pela alta iluminação, escassez de água ou altas temperaturas. Por conta desta baixa na taxa de fotossíntese, os liquens apresentam baixa taxa de crescimento.

Importância Econômica

Os líquens produzem ácidos que degradam rochas e ajudam na formação do solo, tornando-se organismos pioneiros em diversos ambientes. Esses ácidos também possuem ação citotóxica e antibiótica.

Quando a associação é com uma cianobactéria, os liquens são fixadores de nitrogênio, sendo importantes fontes de nitrogênio para o solo.

Os líquens são extremamente sensíveis à poluição, são bioindicadores de poluição, podendo indicar a qualidade do ar e até quantidade de metais pesados em áreas industriais.

Algumas espécies são comestíveis, servindo de alimento para muitos animais.

Fonte: www.sobiologia.com.br

Reino Fungi

O Reino Fungi é formado por seres que possuem suas células formando filamentos emaranhados chamados hifas; o conjunto de hifas forma o micélio, que é propiamente o corpo do fungo. Todos são seres eucariontes, uns de vida livre e outros parasitas causadores de doenças. Os seres desse reino são todos heterótrofos saprófagos e apresentam a maior diversidade de enzimas digestivas. São, ao lado das bactérias, os principais decompositores, importantíssimos na reciclagem de matéria no ecossistema. São aclorofilados (sem clorofila) e, portanto, não podem realizar fotossíntese. Podem apresntar células especias de reprodução, chamadas esporos e apresentam parede celular formada pela substância quitina (na maioria dos casos) e por celulose (poucos casos). Esses seres tem como seu carboidrato de reserva o glocogênio (como nos animais) e crescem sob matéria orgânica em decoposição, e locais úmidos e sombrios.

Cogumelos ( Fungos )

Cogumelos ( Fungos )

Reino Fungi

Filo Mixomycota

São fungos gelatinosos, conocíticos, que possuem membranas flexíveis que lhes permitem o deslizamento amebóide. Existem centenas de espécies vivendo nas matas úmidas, sobre folhas caíds e troncos apodrecidos. Apresentam reprodução sexuada, formando esporângios. Alguns biólogos incluem esse filo no reino protista pelas caravterísticas amebóides de seus representantes.

Filo Mycofita

São fungos que possuem hifas, sendo, por isso denominados verdadeiros.

Apresentam dezenas de milhares de espécies distribuídas nas seguintes classes:

Ficomicetos

Esse fungos não apresentam corpo de frutificação, são unicelulares ou filamentosos, a reprodução se faz por zoósporos. Os ficomicetos geralmente são encontrados como espécies microscópicas, parasitas de plantas e animais inferiores. Com núcleos haplóides, apresentam em seus ciclos de vida tanto reprodução sexuada com fusão de gametângios e subseqüente formação de zigósporos, como assexuada com formação de esporo assexuado.

O Rhyzopus stolonifer (pão embolorado), é um exemplo, os esporo deste fungo germina na superfície do pão, e hifas ramificadas (como rizóides) se desenvolvem. Estes rizóides eliminam enzimas digestivas para a digestão extracorpórea. O aspecto do mofo negro no pão se dá devido aos esporângios nas extremidades das hifas eriçadas para cima, que vão amadurecer e se romper, liberando esporos e desenvolvendo novas hifas.

Ascomicetos

São fungos cujo o corpo de frutificação tem o formato de um saco - o asco (do grego asko). No interior do asco, dois núcleos se fundem formando um núcleo diplóide que, sofrendo meiose, origina quatro núcleos haplóides. Cada um desses núcleos é envolvido por uma parede celular, originando os esporos, aqui denominado ascósporos. A reprodução sexuada nos ascomicetos pode ocorrer por uma grande variedade de mecanismos. A reprodução assexuada pode ocorrer por brotamento nos ascomicetos unicelulares, ou por esporos assexuados, principalmente do tipo conidiósporos, nos demais.

Entre os exemplos de ascomicetos destacamos:

  • Saccharomyces cerevisiae: usado na fabricação do álcool, bebidas alccólicas e pão, É comercializado com o nome de fermento Fleischmann.
  • Penicillium roquefortii: responsável pelo odor e sabor característico do queijo roquefort.
  • Penicillium natatum: do qual era extraída a penicilina.
  • Claviceps purpurea: fungo que produz o LSD.
  • Morchella esculenta e Tuber tubera (trufa): fungos comestíveis.

Deuteromicetos

Com milhares de espécies, são fungos filamentosos encontrados em grande diversidade de ambientes. Os deuteromicetos são também conhecidos como fungos imperfeitos, reúnem todas as espécies que aparentemente não possuem fase sexuada nos seus ciclos de vida e não formam zoósporos. Acredita-se, no entanto, que a maior parte dos deuteromicetos corresponda à fase assexuada de ascomicetos ou, raramente, de basidiomicetos. Isto porque freqüentemente, o estágio sexul é mais difícil de ser detectado, o que ocorre, em geral, depois da descoberta da fase assexuada. É possível que muitas espécies não tenham mesmo a fase sexuada de reprodução nos seus ciclos de vida, mas também é possível que essa fase sexuada não tenha sido descoberta. Diversos fungos desse grupo são parasitas de animais e vegetais, provocando inclusive as micoses humanas. Um bom exemplo é a Candida albicans, que causa micose nos pés e na mucosa bucal (sapinho).

Basidiomicetos

São fungos filamentosos com hifas septadas; o corpo de frutificação, o basidiocarpo, apresenta células especiais em forma de clava, denominadas basídios, nas quais ocorre a produção de esporos denominados basidiosporo. A reprodução sexuada nos basisiomicetos envolve sempre a fusão de hifas; não há gametas nem gametângios. A reprodução assexuada é observada com menor freqüência que a verificada em outros grupos de fungos sendo a formação de conidiósporos um dos modos mais comuns. São conhecidos popularmente como cogumelos, alguns são comestíveis (como o champinhom) e outros venenosos (como o orelha-de-pau).

Fonte: www.roxportal.com

Reino Fungi

Durante muito tempo os fungos foram considerados plantas, mas actualmente sabe-se que eles são tão diferentes das plantas como dos animais, merecendo, por isso, o seu próprio reino – Reino Fungi.

Os fungos são um importante grupo de organismos, conhecendo-se mais de 77000 espécies, a maioria das quais terrestres. Pensa-se que deverão existir tantas espécies de fungos como de plantas, mas a maioria não terá sido ainda descrita.

A origem destes organismos não é bem conhecida, assumindo-se que existem ancestrais do tipo protista, embora actualmente estes não sejam reconhecíveis.

Os primeiros fungos devem ter sido eucariontes unicelulares, que terão originado organismos cenocíticos (com numerosos núcleos).

O fóssil mais antigo de um organismo semelhante a um fungo data de á 900 M.A. mas apenas há 500 M.A. se pode identificar com toda a certeza um fungo no registo fóssil.

Os fungos, tal como as bactérias e alguns protistas, são os decompositores da biosfera, sendo a sua função tão primordial como a dos produtores. A decomposição liberta dióxido de carbono para a atmosfera, bem compostos azotados ao solo, onde podem ser novamente utilizados pelas plantas e, eventualmente, pelos animais.

Estima-se que os 20 cm superiores do solo fértil contêm mais de 5 toneladas de fungos e bactérias, por hectare. Existem mesmo cerca de 500 espécies de fungos marinhos, onde realizam a mesma função que os seus congéneres terrestres.

Tal como para os reinos anteriormente estudados, a caracterização dos organismos pertencentes ao reino Fungi será feita com base na sua estrutura corporal, nutrição, reprodução e importância ecológica.

Fungo
Um belo fungo rendado, muito invulgar em zonas temperadas

Organização estrutural dos fungos

Os fungos são organismos eucariontes, maioritariamente multicelulares, embora alguns possam ser unicelulares (leveduras).

Todos os fungos são heterotróficos, não podendo fabricar matéria orgânica a partir de carbono inorgânico pois não apresentam pigmentos fotossintéticos, e são essencialmente terrestres.

São imóveis, na sua grande maioria, embora alguns possam apresentar flagelos, facto que conduziu á sua inclusão no reino das plantas, no tempo de Lineu. A diferenciação somática é mínima ou mesmo nula mas existe diferenciação dos tecidos reprodutores.

Os fungos multicelulares são formados por uma rede – micélio - de filamentos, formados por células alinhadas topo a topo, ramificados – hifas -, que podem ser septados ou asseptados.

A estrutura em micélio confere aos fungos uma elevada relação área/volume, facilitando a aquisição de alimento, pois esta estrutura rapidamente se estende em todas as direcções sobre o alimento, podendo crescer mais de um quilómetro por dia, no total, e afastar-se mais de 30 metros do local de inicio do crescimento. Por este motivo, um fungo tem um importante efeito no meio, nomeadamente na degradação de substrato e na acumulação de partículas.

O crescimento das hifas ocorre apenas nas extremidades, podendo as zonas mais antigas estar livres de conteúdo citoplasmático.

As hifas septadas têm paredes – septos – a separar os compartimentos celulares entre si. Os septos não são, no entanto, completos, existem poros que permitem a comunicação, e mesmo o movimento de organitos, entre os citoplasmas adjacentes. Este tipo de hifa pode apresentar um único núcleo por compartimento – monocariótica – ou dois núcleos por compartimento – dicariótica. Micélio com hifas não septadas ou cenocíticas

As hifas asseptadas são sempre multinucleadas, encontrando-se os núcleos, centenas ou mesmo milhares, dispersos numa estrutura cenocítica ou sincícial. Esta estrutura resulta da divisão contínua do núcleo, sem citocinese.

Todos os fungos apresentam parede celular, pelo menos em algum estádio do seu ciclo de vida. Esta parede, outro argumento a favor da sua anterior inclusão no reino das plantas, tem, geralmente, características bem diferentes das vegetais, pois apresenta quitina, polissacarídeo presente na carapaça de muitos animais, o que lhe confere elevada rigidez e maior resistência á degradação microbiana. Estrutura química da quitina

Existem espécies de fungos, no entanto, que apresentam parede celular de celulose.

A presença da parede impede-os de realizar fagocitose, logo alimentam-se por absorção, libertando enzimas hidrolíticas para o exterior do corpo e absorvendo os nutrientes sob a forma já digerida.

Esta situação permite entender melhor porque motivo os fungos apresentam corpo sob a forma de micélio, pois sem esta estrutura não teriam uma relação área/volume suficientemente elevada para se alimentar eficazmente.

Os fungos são altamente tolerantes a ambientes hostis, sendo alguns mais resistentes a ambiente hipertónicos que as bactérias (fungos são capazes de crescer num frasco de doce no frigorífico, onde não cresceriam bactérias). Resistem igualmente a grandes amplitudes térmicas, tolerando temperaturas de –6ºC a 50ºC ou mais, dependendo da espécie.

Hifa septada
Hifa septada

Estrutura química da quitina
Estrutura química da quitina

Micélio com hifas não septadas ou cenocíticas
Micélio com hifas não septadas ou cenocíticas

Nutrição em fungos

Apesar do que parece, esta imagem tem cores reais

O modo de alimentação dos fungos permite separá-los em quatro grupos principais:

Fungos saprófitos

Fungo Azul
Apesar do que parece, esta imagem tem cores reais

Fungos que vivem sobre matéria orgânica morta, criando estruturas reprodutoras a partir do micélio. São de grande importância nos ecossistemas pois são decompositores, reciclando os elementos químicos vitais, como por exemplo carbono, azoto, fósforo, entre outros. No entanto, esta capacidade de decomposição dos fungos pode ser um problema para o Homem, pois existem fungos capazes de destruir as culturas, os alimentos, roupas, navios e mesmo certos tipos de plástico. A melhor maneira de proteger de fungos qualquer material é mante-lo num meio o mais seco possível.

Reino Fungi

Fungos simbiontes

Liquem

Fungos que estabelecem relações simbióticas com seres autotróficos, tornando-os mais eficientes na colonização de habitats pouco hospitaleiros. São disso exemplo os líquenes. Neste caso, as células autotróficas (de clorófitas ou de cianobactérias) ficam protegidas por uma camada de hifas, que forma quase uma epiderme. Dado que a alga não se pode deslocar, o fungo fornece-lhe os nutrientes minerais de que necessitaLíquen em corte transversal com cores artificiais para a fotossíntese e protege-a das alterações ambientais, recebendo em troca compostos orgânicos. Esta parceria invulgar permite aos líquenes sobreviver em locais inóspitos, constituindo a primeira comunidade a aí se fixar, abrindo caminho para seres mais exigentes. Líquenes com cianobactérias teriam sido os primeiros organismos multicelulares a colonizar o meio terrestre, incluindo no solo compostos azotados.

Outra importante associação simbiótica dos fungos são as micorrizas, associações entre as hifas e as raízes de árvores. Calcula-se que cerca de 90% das árvores de grande porte tenham micorrizas, sendo inclusivé encontradas no registo fóssil. Este facto leva os cientistas a concluir que as micorrizas podem ter tido um importante papel na colonização do meio terrestre pelas plantas. O fungo recebe da planta nutrientes orgânicos e fornece nutrientes minerais como o fósforo, cobre, zinco, água, etc. As micorrizas também ajudam na protecção das raízes contra infecções por parte de outros microrganismos do solo.

As micorrizas podem ser de dois tipos principais:

Endomicorrizas

De longe as mais comuns, ocorrem em cerca de 80% das plantas vasculares, principalmente nos trópicos, onde os solos pobres e carregados positivamente impedem uma fácil absorção de fosfatos pelas raízes das plantas. As hifas penetram na raiz e mesmo nas células vegetais, facilitando a absorção de nutrientes minerais. Estas associações não são específicas, existindo mais de 200 espécies de fungos em todo o mundo que formam endomicorrizas com os mais variados organismos vegetais.

Endomicorrizas
Endomicorrizas

Ectomicorrizas

Características de certos grupos específicos de árvores ou arbustos de zonas temperadas, comoRaiz de árvore rodeada pela ectomicorriza as faias, carvalhos, eucaliptos e pinheiros. As hifas formam um invólucro em torno das células das raízes, nunca as penetrando, mas aumentando enormemente a área de absorção, o que, aparentemente, as torna mais resistentes ás rigorosas condições de seca e baixas temperaturas e prolonga a vida das raízes. As ectomicorrizas desempenham o papel dos pelos radiculares, ausentes nestas circunstâncias. Neste caso, parece existir um elevado grau de especificidade nestas relações simbióticas, estando mais de 5000 espécies de fungos, principalmente cogumelos, envolvidas na formação de ectomicorrizas

Ectomicorrizas
Ectomicorrizas

Fungos parasitas

Fungos que retiram o alimento do corpo dos hospedeiros, prejudicando-os e causando-lhes doenças. Alguns são parasitas de protozoários, plantas e animais. Os fungos parasitas geralmente não matam o hospedeiro mas limitam grandemente o seu crescimento. No caso de fungos parasitas de plantas, o esporo desenvolve-se á superfície da folha, penetrando pelo estoma e formando expansões designadas haustórios, através dos quais retira o alimento de que necessita dos citoplasmas vegetais.

Fungos predadores

Estes estranhos fungos capturam e alimentam-se de pequenos animais vivos (nemátodos) que vivem no solo. As hifas destes fungos segregam substâncias anestésicas que imobilizam estes animais, após o que envolvem o seu corpo com o micélio e o digerem. Outras espécies de fungos predadores capturam os nemátodos com o auxílio de verdadeiras armadilhas formadas por argolas de hifas, que, quando estimuladas pela passagem do animal, aumentam de tamanho em cerca de 0,1 segundos, aprisionando-o, sendo de seguida digerido

Fungo Nematodo
Fungo Nematodo

Nematodo do Fungo
Nematodo do Fungo

Reprodução em fungos

Os processos nucleares, mitose e meiose, que estão por trás dos dois tipos de reprodução apresentam importantes diferenças nos fungos:

Membrana nuclear permanece durante todo o processo de divisão nuclear, sofrendo uma constrição mediana na separação dos núcleos-filhos

Fuso acromático forma-se no interior da membrana nuclear

Centríolos não estão presentes, embora existam organizadores de fibrilhas, sem, no entanto, a estrutura (9x2)+2 típica dos eucariontes.

Todos estes mecanismos nucleares estranhos confirmam o facto que os fungos não têm relação directa com nenhum outro tipo de eucarionte actual, merecendo o seu próprio reino.

A grande maioria dos fungos apresenta dois tipos de reprodução:

Reprodução assexuada

Este tipo de reprodução ocorre através fenómenos mitóticos deEsporangióforo (hifa vertical produtora de esporos endogeneamente) fragmentação do micélio, gemiparidade em fungos unicelulares, como as leveduras, ou esporulação, o método mais usual em fungos multicelulares. A esporulação implica a existência de estruturas especializadas na produção de esporos, formadas por hifas verticais, mais ou menos compactadas e separadas por septos do restante micélio – esporangióforos ou conidióforos.

Os esporos imóveis, células de parede espessa especializadas naConidióforo de Penicillium sp dispersão, são produzidos aos milhões e transportados pelo vento, até atingirem um substrato favorável, onde se desenvolvem num novo micélio. Estes esporos são geralmente libertados “explosivamente” e podem permanecer viáveis durante longos períodos de tempo. Existem, igualmente, esporos mucilaginosos, de parede fina e envoltos por uma substância pegajosa que lhes permite aderir ao corpo de outros organismos, que os espalham meio

Leveduras em gemulação
Leveduras em gemulação

Reino Fungi

Reprodução sexuada

Tal como sempre acontece, este tipo de reprodução, devido ao elevado investimento que exige dos organismos, ocorre em condições desfavoráveis, apenas quando se pretende aumentar a variabilidade através da meiose.

Nos fungos predomina a haplofase, apenas existindo núcleos diplóides em etapas da reprodução sexuada. A reprodução sexuada designa-se conjugação, e ocorre entre dois micélios diferentes, estirpe + e estirpe -. Duas hifas crescem em direcção uma á outra, transportando um núcleo na sua extremidade. Quando estas se tocam, as paredes são dissolvidas por enzimas e formam-se septos, que isolam os núcleos nas extremidades, originando gametângios. A fusão dos núcleos – gâmetas – origina uma célula diplóide – zigoto -, que irá desenvolver uma espessa parede de protecção – zigósporo.

Em condições favoráveis, este esporo sexuado sofre meiose e origina um novo micélio haplóide. Deste modo, os fungos apresentam um ciclo de vida haplonte, com meiose pós-zigótica.

Importância ecológica e económica dos fungos

Fungos do género Amanitas
Fungos do género Amanitas, um dos mais venenosos para o Homem,
apesar de fazer farte dos contos infantis

Os fungos são utilizados em diversas industrias humanas, nomeadamente a panificação, cervejeira, farmacêutica e alimentar, entre outras.

O fabrico da cerveja implica a sacarificação do amido da cevada – germinação, secagem e fervura -, e a sua fermentação – inoculação com Sacharomyces cerevisae, com produção de álcool e CO2.

O fabrico do vinho implica a fermentação directa de açúcares solúveis por Sacharomyces ellipsoideus.

No fabrico do pão, o CO2 produzido pela fermentação realizada por Sacharomyces cerevisae, provoca o aumento de volume e a leveza, características do pão.

No fabrico do queijo são usadas diversas espécies do género Penicillium, o qual também produz o antibiótico penicilina. Outro importante antibiótico usado na actualidade é a ciclosporina, a “droga maravilhosa” como foi designada. Esta substância foi isolada a partir de um fungo do solo Tolypocladium inflatum, e reprime as reacções imunológicas que causam a rejeição de órgãos transplantados.

Os fungos que servem directamente de alimento, os cogumelos, podem ser cultivados ou selvagens, mas deve sempre existir grande cuidado na sua escolha pois alguns são extremamente venenosos. Os cogumelos do género Agaricus, cultivados em estufas, são os mais vulgares na mesa humana, mas os mais apreciados são as trufas. Estes formam micorrizas e a sua estrutura reprodutora liberta um odor forte, atraindo insectos e vertebrados (porcos e cães, por exemplo).

Os fungos produzem, também, numerosos metabolitos utilizados pelas industrias humanas, nomeadamente enzimas, ácidos, insecticidas e fungicidas.

No entanto, apesar de todas estas associações vantajosas para o Homem, os fungos podem provocar enormes devastações, bastando referir que cerca de 30 a 40% das culturas agrícolas anuais da Terra são destruídas por fungos.

O fungo responsável pelo míldio da batateira, Phytophora infestans, provocou a fome na Irlanda no século XIX. O foco teve origem em batata de semente importada da América. O alastramento rápido demonstra a capacidade de produção de esporos assexuados destes organismos.

Em condições naturais, os organismos estão em equilíbrio com os seus predadores e infestantes mas o cultivo intensivo de uma dada espécie aumenta exponencialmente a probabilidade de contágio, podendo levar a grandes devastações por acção de pragas. Os fungos estão em todo o lado, mas nem sempre dão origem a doenças , pois as infecções micóticas são oportunistas, ocorrem em situações de desequilíbrio, como quando o organismo já se encontra doente por outras causas.

As micoses são extremamente difíceis de tratar pois os fungos são organismos eucarióticos logo a maioria dos antibióticos eficazes também afectariam as células humanas.

Os antimicóticos mais eficazes agem sobre lípidos da membrana exclusivos dos fungos, como o ergosterol, cuja estrutura é semelhante á do colesterol, que existe nas membranas animais. Estes antibióticos são, eles próprios, produzidos por fungos, como os pertencentes aos géneros Streptomyces e Actinomyces.

O ergotismo é uma doença provocada pelo fungo Claviceps purpurea, que infecta os grãos de cereais. Quando esses grãos são usados no fabrico de pão são libertados os alcalóides produzidos pelo fungo (mais de 20 tipos diferentes, mas todos com uma estrutura química semelhante ao LSD), induzindo vasoconstrição, gangrena dos membros, aborto, loucura, cancro e morte.

Cogumelo
Cogumelos crescendo num tronco de árvore

Esta situação é classificada como uma micotoxicose – envenenamento provocado por ingestão de alimentos contaminados por fungos. O micetismo é o envenenamento por ingestão de cogumelos venenosos.

Taxonomia do Reino Fungi

A classificação dos fungos é feita principalmente á base das estruturas reprodutoras, que são as mais diferenciadas do seu ciclo de vida, e no tipo de hifas. Deste modo, tem-se os seguintes filos:

Filo Oomycota

Contendo cerca de 580 espécies, inclui os chamados fungos aquáticos, na sua maioria saprófitos. Estes fungos são filamentosos, com hifas multinucleadas. Apresentam celulose na parede celular, não quitina, ao contrário do que seria de esperar. A reprodução destes fungos difere bastante da dos restantes grupos, aproximando-os mais dos restantes eucariontes (principalmente algas), pelo que muitas vezes se tem questionado a sua relação filogenética com os restantes grupos do reino. Segundo esses autores deveriam ser incluídos no Reino Protoctista. Produzem esporos assexuados biflagelados, que os verdadeiros fungos nunca produzem. A reprodução sexuada inclui a produção de oogónios com oosferas e anterídeos com núcleos masculinos. Da fecundação resulta o oósporo, um esporo de parede resistente, que dá nome ao taxon. Pertencem a este filo os chamados míldios, bem como os fungos que causam doenças em peixes e nos seus ovos;

Filo Zygomycota

Com 765 espécies conhecidas, são fungos terrestres, a maioria saprófita ou parasita. Apresentam parede celular com quitina e hifas cenocíticas. A reprodução sexuada origina zigósporos no interior de um zigosporângio (que dá o nome ao taxon e pode permanecer dormente longos períodos), de estrutura muito semelhante a um esporangióforo. Pertence a este filo o bolor negro do pão ou da fruta, uma séria ameaça a qualquer material armazenado húmido e rico em glícidos. Outros grupos destes fungos de importância ecológica são a ordem Entomophthorales, parasita de insectos e por isso cada vez mais utilizada no combate a pragas da agricultura, e o género Glomus, participante na formação de micorrizas;

Filo Ascomycota

Com mais de 30000 espécies, este filo inclui numerosos fungos familiares e com importância económica, como as trufas, numerosos bolores verdes, amarelos e vermelhos. O género Neurospora foi fundamental no desenvolvimento da genética, como organismo de estudo. Apresentam hifas septadas dicarióticas ou parcialmente septadas. Parede celular com quitina. Produzem assexuadamente conídios ou exósporos em conidióforos. A designação do filo deriva da estrutura produtora dos esporos sexuados, o ascocarpo, em forma de saco. Pertencem a este filo as leveduras, os únicos fungos deste grupo não filamentosos;

Filo Basidiomycota

São incluídos neste filo mais de 16000 espécies, a maioria bem conhecida, como todos os cogumelos, as ferrugens e os carvões, importantes fitoparasitas. Muito importantes na decomposição de substratos vegetais, atingem 2/3 da biomassa não animal dos solos. São fungos filamentosos, com hifas septadas perfuradas e dicarióticas e com parede quitinosa. A estrutura produtora de esporos sexuados, o basidiocarpo, é vulgarmente conhecido por cogumelo. Este resulta da fusão de dois micélios diferentes e irá produzir basídios, células em forma de clava e separadas do restante micélio por septos. Deles, formam-se os basidiósporos, grupos de 4 e presos por pequenos pedúnculos;

Filo Deuteromycota

Este filo inclui todos os fungos em não seja conhecida, ou esteja ser ignorada para motivos taxonómicos, a reprodução sexuada, como por exemplo os fungos pertencentes ao género Penicillium. Este género é um dos casos em que a fase sexuada é conhecida mas não é considerada na sua classificação devido á sua elevada semelhança com outros organismos deste filo. Por este motivo este filo também é designado por Fungi Imperfecti. Inclui mais de 17000 espécies, a maioria das quais parece ser de ascomicetos.

Reino Fungi

Fungo

Os fungos, também conhecidos como cogumelos, são organismos uni ou pluricelulares, destituídos de pigmentos fotossintetizantes. Dotados de parede celular, sua reprodução normalmente envolve a participação de esporos, como ocorre entre as plantas. Mas armazenam glicogênio e apresentam nutrição heterótrofa, como os animais. E, enquanto os animais são heterótrofos por ingestão, os fungos são heterótrofos por absorção, conforme ainda veremos melhor neste capítulo. Pelas, diferenças que apresentam tanto em relação aos vegetais como aos animais, modernamente os fungos são enquadrados num reino “somente deles": o reino Fungi.

O ramo da Biologia que se encarrega do estudo das aproximadamente 10 000 espécies de fungos conhecidas chama-se Micologia.

Na espécie humana são conhecidas diversas micoses, doenças causadas por fungos. Entre elas podemos considerar: o sapinho ou a candidíase, causada pelo fungo Candida albicans; a frieira ou pé-de atleta, provocada pelo fungo Tinea pedis; a blastomicose sul-americana, micose grave que pode ocasionar a morte por lesões na pele e em órgãos internos, como os pulmões; a dermatose pitiríase (do grego pityron = farelo), caracterizada pela produção de escamas epiteliais que se esfarelam.

Os fermentativos: álcool, bebidas, pães, bolos

Na fabricação do álcool e de bebidas alcoólicas, como o vinho e a cerveja, é fundamental a participação dos fungos do gênero Saccharomyces, que realizam fermentação alcoólica, convertendo açúcar em álcool etílico. Esses fungos, conhecidos também como leveduras, são anaeróbicos facultativos, já que realizam respiração aeróbica em presença de gás oxigênio e fermentação na ausência desse gás. Por isso, na fabricação do vinho, por exemplo, evita-se o contato do suco de uva com o ar; assim, em vez de realizar a respiração aeróbica, o fungo processa a fermentação alcoólica, liberando álcool etílico e permitindo a obtenção do vinho.

Antibióticos e queijos

A indústria de antibióticos, os fungos também têm papel de destaque. Afinal, foi do Penicillium notatum que Alexander Fleming, em 1929, extraiu a penicilina, antibiótico responsável pela salvação de milhares de vidas durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje, muitos outros antibióiicos largamente aplicados são conseguidos a partir de culturas de fungos.

O gênero Penicillium, além de abranger espécies fornecedoras de penicilina, compreende outras que são indispensáveis na manufatura de queijos como o roquefort e o camembert.

Liquens

Os liquens resultam da associação entre algas unicelulares (azuis ou verdes) e fungos (principalmente ascomicetos). Nessa interação, as algas constituem os elementos produtores, isto é, sintetizam matéria orgânica e fornecem para os fungos parte do alimento produzido; estes, com suas hifas, envolvem e protegem as algas contra a desidratação, além de lhes fornecer água e sais minerais que retiram do substrato.

Denomina-se mutualismo à interação biológica onde as duas espécies são beneficiadas, como as algas e os fungos que constituem o líquen.

Fonte: www.valerio.bio.br

Reino Fungi

Durante muito tempo os fungos foram considerados plantas, mas atualmente sabe-se que eles são tão diferentes das plantas como dos animais, merecendo, por isso, o seu próprio reino – Reino Fungi.

Os fungos são um importante grupo de organismos, conhecendo-se mais de 77000 espécies, a maioria das quais terrestres. Pensa-se que deverão existir tantas espécies de fungos como de plantas, mas a maioria não terá sido ainda descrita. A origem destes organismos não é bem conhecida, assumindo-se que existem ancestrais do tipo protista, embora atualmente estes não sejam reconhecíveis.

Os primeiros fungos devem ter sido eucariontes unicelulares, que terão originado organismos cenocíticos (com numerosos núcleos).O fóssil mais antigo de um organismo semelhante a um fungo data de 900 M.A. mas apenas há 500 M.A. se pôde identificar com toda a certeza um fungo no registro fóssil. Os fungos, tal como as bactérias, são os decompositores da biosfera, sendo a sua função tão primordial como a dos produtores. A decomposição liberta dióxido de carbono para a atmosfera, bem compostos azotados ao solo, onde podem ser novamente utilizados pelas plantas e, eventualmente, pelos animais.Estima-se que os 20 cm superiores do solo fértil contêm mais de 5 toneladas de fungos e bactérias, por hectare. Existem cerca de 500 espécies de fungos marinhos, onde realizam a mesma função que os seus congêneres terrestres. Tal como para os reinos anteriormente estudados, a caracterização dos organismos pertencentes ao reino Fungi será feita com base na sua estrutura corporal, nutrição, reprodução eimportância ecológica.

Características Gerais

  • Unicelular ou Pluricelular
  • Eucariontes

Habitat

Lugares úmidos e ricos em matéria orgânica; ambiente aquático

Parede celular

Quitinosa

Raramente celulósica

Substância de reserva

Glicogênio

Todos são heterótrofos

Reprodução por esporos

Assexuados e não meióticos: Zoósporos (aquático), Aplanósporos (terrestre) e Conidiósporos (forma conídica)

Sexuados e surgem de uma meiose: Ascósporos e Basidiósporos

Nos pluricelulares surgem Hifas e Micélio

  • Não possuem tecidos
  • Nutrição por absorção
  • Digestão extra corpórea e extra celular

Tipos de Hifas: As hifas septadas têm paredes – septos – a separar os compartimentos celulares entre si. Os septos não são, no entanto, completos, existem porosque permitem a comunicação, e mesmo o movimento de organitos, entre os citoplasmas adjacentes. Este tipo de hifa pode apresentar um único núcleo por compartimento – monocariótica – ou dois núcleos por compartimento –dicariótica.

As hifas asseptadas são sempre multinucleadas, encontrando-se osnúcleos, centenas ou mesmo milhares, dispersos numa estrutura cenocítica ou sincicial. Esta estrutura resulta da divisão contínua do núcleo, sem citocinese. Todos os fungos apresentam parede celular no seu ciclo de vida. Esta parede, outro argumento a favor da sua anterior inclusão no reino das plantas, tem, geralmente, características bem diferentes das vegetais, poisapresenta quitina, polissacarídeo presente na carapaça de muitosanimais(artrópodes), o que lhe confere elevada rigidez e maior resistência à degradação microbiana

A presença da parede impede-os de realizar fagocitose, logo alimentam-se porabsorção, libertando enzimas hidrolíticas para o exterior do corpo e absorvendo os nutrientes sob a forma já digerida.Esta situação permite entender melhor porque motivo os fungosapresentam corpo sob a forma de micélio, pois sem esta estrutura nãoteriam uma relação área/volume suficientemente elevada para se alimentar eficazmente. Os fungos são altamente tolerantes a ambientes hostis, sendo alguns mais resistentes a ambiente hipertônicos que as bactérias (fungos são capazes de crescer num frasco de doce no frigorífico, onde não cresceriam bactérias). Resistem igualmente a grandes amplitudes térmicas, tolerando temperaturas de –6ºC a 50ºC ou mais, dependendo da espécie.

Micélio Reprodutor

Reprodução

Micélio Vegetativo

Nutrição e fixação

A estrutura em micélio confere aos fungos uma elevada relação área/volume, facilitando a aquisição de alimento, pois esta estrutura rapidamente se estende em todas as direções sobre o alimento, podendo crescer mais de um quilometro por dia, no total, e afastar-se mais de 30 metros do local de inicio do crescimento. Por este motivo, um fungo tem um importante efeito no meio, nomeadamente na degradação de substrato e na acumulação de partículas. O crescimento das hifas ocorre apenas nas extremidades, podendo as zonas mais antigas estar livres de conteúdo citoplasmático.

Importância dos Fungos

Ecológica

Decomposição da matéria orgânica

Associações ecológicas

Simbiose: Mutualistica (Líquens{algas} e micorrizas {raízes}) e Parasitismo (micoses);

Na Alimentação

Engenharia genética

Neurospora crassa

O modo de alimentação dos fungos permite separá-los em quatro grupos principais: Fungos saprófitos – fungos que vivem sobre matéria orgânica morta, criando estruturas reprodutoras a partir do micélio.

São de grande importância nos ecossistemas pois são decompositores, reciclando os elementos químicos vitais, como por exemplo carbono, azoto, fósforo, entre outros. No entanto, esta capacidade de decomposição dos fungos pode ser um problema para o Homem, pois existem fungos capazes de destruir as culturas, os alimentos, roupas, navios e mesmo certos tipos de plástico. A melhor maneira de proteger de fungos qualquer material é mantê-lo num meio o mais seco possível;

NUTRIÇÃO DOS FUNGOS

Fungos mutualísticos

Fungos que estabelecem relações mutualísticas com seres autotróficos, tornando-os mais eficientes na colonização de habitats pouco hospitaleiros. São disso exemplo os líquens. Neste caso, as células autotróficas (de clorófitas ou de cianobactérias) ficam protegidas por uma camada de hifas, que forma quase uma epiderme. Dado que a alga não se pode deslocar, o fungo fornece-lhe os nutrientes minerais de que necessita para a fotossíntese e protege-a das alterações ambientais, recebendo em troca compostos orgânicos.

Esta parceria invulgar permite aos líquenes sobreviver em locais inóspitos, constituindo a primeira comunidade a aí se fixar, abrindo caminho para seres mais exigentes. Líquens com cianobactérias teriam sido os primeiros organismos multicelulares a colonizar o meio terrestre, incluindo no solo compostos azotados.

Outra importante associação simbiótica (protocooperação ou mutualismo) dos fungos são as micorrizas, associações entre as hifas e as raízes de árvores. Calcula-se que cerca de 90% das árvores de grande porte tenham micorrizas, sendo inclusive encontradas no registro fóssil. Este fato leva os cientistas a concluírem que as micorrizas podem ter tido um importante papel na colonização do meio terrestre pelas plantas. O fungo recebe da planta nutrientes orgânicos e fornece nutrientes minerais como o fósforo, cobre, zinco, água, etc. As micorrizastambém ajudam na proteção das raízes contra infecções por parte de outros microrganismos do solo.As micorrizas podem ser de dois tipos principais:

Endomicorrizas

De longe as mais comuns, ocorrem em cerca de 80% das plantas vasculares, principalmente nos trópicos, onde os solos pobres e carregados positivamente impedem uma fácil absorção de fosfatos pelas raízes das plantas. As hifas penetram na raiz e mesmo nas células vegetais, facilitando a absorção de nutrientes minerais. Estas associações não são específicas, existindo mais de 200 espécies de fungos em todo o mundo que formam endomicorrizas com os mais variados organismos vegetais;

Ectomicorrizas

Características de certos grupos específicos de árvores ou arbustos de zonas temperadas, como as faias, carvalhos, eucaliptos epinheiros. As hifas formam um invólucro em torno das células das raízes, nunca as penetrando, mas aumentando enormemente a área de absorção, o que, aparentemente, as torna mais resistentes ás rigorosas condições de seca e baixas temperaturas e prolonga a vida das raízes. As ectomicorrizasdesempenham o papel dos pelos radiculares, ausentes nestas circunstâncias. Neste caso, parece existir um elevado grau de especificidade nestasrelações protocooperativistas, estando mais de 5000 espécies de fungos, principalmente cogumelos, envolvidas na formação de ectomicorrizas

Fungos parasitas

Fungos que retiram o alimento do corpo dos hospedeiros, prejudicando-os e causando-lhes doenças. Alguns são parasitas de protozoários, plantas e animais. Os fungos parasitas geralmente não matam o hospedeiro mas limitam grandemente o seu crescimento. No caso de fungos parasitas de plantas, o esporo desenvolve-se á superfície da folha, penetrando pelo estômato e formando expansões designadas haustórios, através dos quais retira o alimento de que necessita dos citoplasmas vegetais;

Fungos predadores

Estes estranhos fungos capturam e alimentam-se de pequenos animais vivos (nemátodos) que vivem no solo. As hifas destes fungos segregam substâncias anestésicas que imobilizam estes animais, após o que envolvem o seu corpo com o micélio e o digerem. Outras espécies de fungos predadores capturam os nemátodos com o auxílio de verdadeiras armadilhas formadas por argolas de hifas, que, quando estimuladas pela passagem do animal, aumentam de tamanho em cerca de 0,1 segundos, aprisionando-o, sendo de seguida digerido.

Reprodução em fungos

Os processos nucleares, mitose e meiose, que estão por trás dos dois tipos de reprodução apresentam importantes diferenças nos fungos: membrana nuclear permanece durante todo o processo de divisão nuclear, sofrendo uma constrição mediana na separação dos núcleos-filhos;fuso acromático forma-se no interior da membrana nuclear; centríolos não estão presentes, embora existam organizadores de fibrilas, sem no entanto, a estrutura (9x2)+2 típica dos eucariontes. Todos estes mecanismos nucleares estranhos confirmam o fato que os fungos não têm relação direta com nenhum outro tipo de eucarionte atual, merecendo o seu próprio reino.

A grande maioria dos fungos apresenta dois tipos de reprodução: Reprodução assexuada – este tipo de reprodução ocorre através de fenômenos mitóticos de fragmentação do micélio, gemiparidade em fungos unicelulares, como as leveduras, ou esporulação, o método mais usual em fungos multicelulares. A esporulação implica a existência deestruturas especializadas na produção de esporos, formadas por hifas verticais, mais ou menos compactadas e separadas por septos do restante micélio – esporângióforos ou conidióforos. Os esporos imóveis, células de parede espessa especializadas na dispersão, são produzidos aos milhões e transportados pelo vento, até atingirem um substrato favorável, onde se desenvolvem num novo micélio. Estes esporos são geralmente libertados “explosivamente” e podem permanecer viáveis durante longos períodos de tempo. Existem, igualmente, esporos mucilaginosos, de parede fina e envoltos por umasubstância pegajosa que lhes permite aderir ao corpo de outros organismos, que os espalham meio;

Reprodução sexuada

Tal como sempre acontece, este tipo de reprodução, devido ao elevado investimento que exige dos organismos, ocorre em condições desfavoráveis, apenas quando se pretende aumentar a variabilidade através da meiose.Nos fungos predomina a haplofase, apenas existindo núcleos diplóides em etapas da reprodução sexuada. A reprodução sexuada designa-se conjugação, e ocorre entre dois micélios diferentes, estirpe + e estirpe -. Duas hifas crescem em direção uma á outra, transportando um núcleo na sua extremidade. Quando estas se tocam, as paredes são dissolvidas por enzimas e formam-se septos, que isolam os núcleos nas extremidades, originando gametângios. A fusão dos núcleos – gâmetas – origina uma célula diplóide – zigoto -, que irá desenvolver uma espessa parede de proteção –zigósporo. Em condições favoráveis, este esporo sexuado sofre meiose e origina um novo micélio haplóide. Deste modo, os fungos apresentam um ciclo de vida haplonte, com meiose pós-zigótica.

Taxonomia do Reino Fungi

A classificação dos fungos é feita principalmente á base das estruturas reprodutoras, que são as mais diferenciadas do seu ciclo de vida, e no tipo de hifas. Deste modo, tem-se os seguintes filos:

Filo Oomycota

Contendo cerca de 580 espécies, inclui os chamados fungos aquáticos, na sua maioria saprófitos. Estes fungos são filamentosos, com hifas multinucleadas. Apresentam celulose na parede celular, não quitina, ao contrário do que seria de esperar. A reprodução destes fungos difere bastante da dos restantes grupos, aproximando-os mais dos restantes eucariontes (principalmente algas), pelo que muitas vezes se tem questionado a sua relação filogenética com os restantes grupos do reino. Segundo esses autores deveriam ser incluídos no Reino Protista. Produzem esporos assexuados biflagelados, que os verdadeiros fungos nunca produzem. A reprodução sexuada inclui a produção de oogónios com oosferas e anterídeos com núcleos masculinos. Da fecundação resulta o oósporo, um esporo de parede resistente, que dá nome ao táxon. Pertencem a este filo os chamados míldios, bem como os fungos que causam doenças em peixes e nos seus ovos;

Filo Zygomycota

Com 765 espécies conhecidas, são fungos terrestres, a maioria saprófita ou parasita. Apresentam parede celular com quitina e hifas cenocíticas. A reprodução sexuada origina zigosporos no interior de um zigosporângio (que dá o nome ao táxon e pode permanecer dormente longos períodos), de estrutura muito semelhante a um esporângioforo. Pertence a este filo o bolor negro do pão ou da fruta, uma séria ameaça a qualquer material armazenado úmido e rico em glicídos. Outros grupos destes fungos de importância ecológica são a ordemEntomophthorales, parasita de insetos e por isso cada vez mais utilizada no combate a pragas da agricultura, e o géneroGlomus, participante na formação de micorrizas;

Filo Ascomycota

Com mais de 30000 espécies, este filo inclui numerosos fungos familiares e com importância econômica, como as trufas, numerosos bolores verdes, amarelos e vermelhos. O gênero Neurosporafoi fundamental no desenvolvimento da genética, como organismo de estudo. Apresentam hifas septadas dicarióticas ou parcialmente septadas. Parede celular com quitina. Produzem assexuadamente conídios ou exósporos em conidióforos. A designação do filo deriva da estrutura produtora dos esporos sexuados, o ascocarpo, em forma de saco. Pertencem a este filo as leveduras, os únicos fungos deste grupo não filamentosos;

Filo Basidiomycota

São incluídos neste filo mais de 16000 espécies, a maioria bem conhecida, como todos os cogumelos, as ferrugens e os carvões, importantes fitoparasitas. Muito importantes na decomposição de substratos vegetais, atingem 2/3 da biomassa não animal dos solos. São fungos filamentosos, com hifas septadasperfuradas e dicarióticas e com parede quitinosa. A estrutura produtora de esporos sexuados, o basidiocarpo, é vulgarmente conhecido por cogumelo. Este resulta da fusão de dois micélios diferentes e irá produzir basídios, células em forma de clava e separadas do restante micélio por septos. Deles, formam-se os basidiósporos, grupos de 4 e presos por pequenos pedúnculos;

Filo Deuteromycota

Este filo inclui todos os fungos em que não seja conhecida, ou esta seja ignorada para motivos taxonômicos, a reprodução sexuada, como por exemplo os fungos pertencentes ao géneroPenicillium. Este gênero é um dos casos em que a fase sexuada é conhecida mas não é considerada na sua classificação devido a sua elevada semelhança com outros organismos deste filo. Por este motivo este filo também é designado por Fungi Imperfecti. Inclui mais de 17000 espécies, a maioria das quais parece ser de ascomicetos.

Reino Fungi

Os fungos são organismos eucariontes heterotróficos por absorção, uni ou pluricelulares e que agrupam cerca de 78 mil espécies. A ausência de clorofila e de celulose justifica a separação desses organismos do reino vegetal, onde, no passado, eram estudados. Por outro lado, o tipo de reprodução e a estrutura do corpo diferem das características dos animais, dos protistas e dos moneras. Por isso, resolveu-se criar um reino exclusivo para esses seres vivos, o reino Fungi.

O ramo da biologia que estuda os fungos chama-se micologia (mico = fungo).

De todos os seres vivos, os fungos são, sem dúvida, os que possuem a mais rica coleção de enzimas digestivas. Este fato faz dos fungos — ao lado das bactérias — os principais decompositores do planeta. Conseqüentemente, eles são importantes na reciclagem da matéria do ecossistema. A variedade de enzimas permite que eles ataquem praticamente qualquer tipo de material, como madeira, papel, legumes, frutas, cereais, carnes, causando, nestes casos, prejuízos ao homem. Diversos fungos são parasitas, atacando plantações e animais, inclusive o homem, e causando doenças chamadas micoses (pé-de-atleta, tinha, etc.).

Certos fungos estabelecem associações com as algas e as cianobactérias (formando os liquens) e com as raízes das plantas (formando as micorrizas). Alguns são comestíveis — os cogumelos —, enquanto outros são usados para a produção de alimentos (bebidas alcoólicas, queijos, pão) e de uma grande variedade de produtos químicos — inclusive medicamentos importantes, como os antibióticos. Essa variedade extraída dos fungos pode ser explicada pelo fato de que, sendo imóveis, uma de suas defesas contra predadores consiste na produção de substâncias químicas (tais substâncias matam ou inibem o crescimento de bactérias e outros seres vivos que se nutrem ou disputam alimentos com os fungos).

Características Gerais

Como já dissemos, os fungos são eucariontes e, embora existam algumas formas unicelulares, como o levedo, a maioria é formada por um emaranhado de filamentos, as hifas, cujo conjunto chama-se micélio (figura 1). Nos grupos mais simples, a rufa é formada por uma massa de citoplasma plurinucleada, denominada hifa cenocítica (ceno = comum; cito = célula).

Os fungos mais complexos apresentam septos entre as células. Esses septos, no entanto, são perfurados, de modo que haja um constante fluxo de citoplasma na hifa. Isto facilita a distribuição de substâncias pelo fungo (figura 1).

Alguns fungos possuem estruturas reprodutoras, os corpos frutíferos ou de frutificação, que são a parte dos fungos visível acima do solo, chamada cogumelo (figura 1). A parede das células é formada por quitina, um polissacarídeo nitrogenado que aparece também no esqueleto dos artrópodes (insetos, crustáceos e outros), não havendo celulose (exceto em alguns casos), como nos vegetais.

Nutrição e respiração

A nutrição é sapróbia, ou seja, hetetrotrófica por absorção de moléculas orgânicas simples, que podem ser originadas de uma digestão extracorpórea realizada pelo próprio fungo: o fungo lança no ambiente enzimas digestivas, que desdobram moléculas orgânicas complexas (macromoléculas) em moléculas menores e que são, então, absorvidas. Reveja figura 1.

O fungo é formado por um conjunto de hifas (micélio), capazes de absorver substâncias orgânicas simples do solo ou de outros seres vivos.


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Na respiração, o glicídio usado como reserva de energia é o glicogênio, encontrado nas células animais, e não o amido, típico dos vegetais. Os fungos podem ser aeróbios ou anaeróbios facultativos, como as leveduras. O transporte de substâncias é facilitado por uma corrente citoplasmática que percorre as hifas.

Reprodução e dispersão

A reprodução assexuada pode ser feita de várias maneiras: por brotamento, nas formas unicelulares; por fragmentação do micélio, da qual resultam vários indivíduos: pela produção de esporos, que são células capazes de se desenvolver por mitose, produzindo indivíduos adultos.

Os esporos, na sua maioria, são imóveis, resistentes a ambientes desfavoráveis e capazes de serem levados pelo vento. São produzidos por estruturas que se elevam acima do micélio, os esporângios, facilitando a dispersão do esporo. A grande capacidade de dispersão — aliada à velocidade de multiplicação do esporo e ao rápido crescimento do fungo — compensa a sua imobilidade.

A reprodução sexuada é freqüentemente resultado da fusão de duas hifas haplóides. Uma das hifas é designada como positiva (+) e outra como negativa (-). Veja a figura 2. Prefere-se essa designação pelo fato de não haver, entre os fungos, diferenças que permitam a classificação em macho e fêmea. Às vezes, os núcleos das duas hifas não se fundem, o que origina hifas com núcleos geneticamente diferentes, os dicários.

Figura 2: A reprodução do mofo negro do pão. Na reprodução assexuada os esporos originam outras hifas; e na sexuada há uma fusão de hifas antes da formação de esporos.
Figura 2: A reprodução do mofo negro do pão. Na reprodução
assexuada os esporos originam outras hifas; e na sexuada há uma
fusão de hifas antes da formação de esporos.

Classificação

As espécies mais comuns de fungos podem ser agrupadas em seis divisões: Zygomycota (zigomicetos), Ascomycota (ascomicetos), Basidiomycota (basidiomicetos), Deuteromycota (deuteromicetos), Oomycota (oomicetos) e Mixomycota (mixomicetos).

Zigomiceto: o bolor negro do pão

Também chamados ficomicetos em outras classificações, os zigomicetos vivem, em geral, no solo, alimentando-se de matéria orgânica em decomposição. Mas há alguns representantes aquáticos, que formam esporos com flagelos, semelhantes aos de certas algas vindo daí o nome ficomiceto: (fico = alga; miceto = fungo).

O bolor negro do pão (Rhizopus) é um zigomiceto que se desenvolve a partir de esporos que crescem, formando hifas cenocíticas haplóides. Tais hifas se ramificam e formam um micélio. Na ponta das hifas aparecem os esporângios. Estes produzem esporos que se espalham e, atingindo um local adequado com matéria orgânica que possa ser decomposta, sofrem mitoses, originando novos fungos. Esta reprodução assexuada constitui a principal forma de reprodução desses fungos (figura 2). A reprodução sexuada, menos freqüente, ocorre quando duas hifas, uma positiva e outra negativa, estão próximas. Cada hifa forma uma ramificação que cresce em direção à ramificação da hifa oposta. Na região onde elas se tocam, formam-se duas células especializadas, os gametângios, com núcleos positivos e negativos (figura 2).

Os citoplasmas dos gametângios fundem-se, formando um corpúsculo com vários núcleos haplóides. Esses núcleos, por sua vez, também se fundem, originando núcleos diplóides. O corpúsculo forma uma parede espessa, escura e rugosa, transformando-se em uma estrutura chamada zigósporo (figura 2). Os núcleos diplóides sofrem meiose e, quando o zigósporo germina, elimina esporos haplóides. Os esporos se espalham e, em substrato adequado, formam um novo micélio (com hifas positivas ou negativas), reiniciando-se então uma fase assexuada.

Alguns zigomicetos são usados comercialmente para a produção de molho de soja (o shoyu, da cozinha japonesa), de hormônios anticoncepcionais e medicamentos antiinflamatórios.

Ascomicetos: levedo, trufas, bolores e parasitas de plantas

São caracterizados pela presença de uma estrutura produtora de esporos, o asco (asco = saco). Entre os ascomicetos encontram - se: o levedo — a principal espécie é o Saccharomyces cerevisiae, usado na fabricação de bebidas alcoólicas, álcool e pão, e comercializado na forma de tabletes (o fermento Fleischmann, por exemplo); a trufa (gênero Tuber), muito apreciada na culinária; a Neurospora, um bolor do pão usado em pesquisas genéticas; algumas espécies de Penicillium, um gênero de fungo produtor da penicilina e de certos queijos; além de diversos parasitas de plantas, como o Claviceps purpúrea, que atacam cereais (figura 3). Caso o homem ingira esse cereal contaminado pelo fungo, ele poderá ter alucinações e vir a morrer.

Figura 3: Alguns exemplos de ascomicetos. Os esporos surgidos do ciclo sexuado são formados em estruturas chamadas ascos, reunidos nos ascocarpos.
Figura 3: Alguns exemplos de ascomicetos. Os esporos surgidos do ciclo sexuado são formados em estruturas chamadas ascos, reunidos nos ascocarpos.

Reino Fungi

A principal forma de reprodução dos ascomicetos é a assexuada, servindo também para a dispersão do fungo. Nas formas unicelulares, como o levedo, a reprodução assexuada ocorre por brotamento. Nas formas pluricelulares, como os bolores, formam-se, nas extremidades das hifas, estruturas chamadas conidióforos, que produzem esporos muito finos, os conídios (conídio = pó fino). Veja figura 4. Os esporos se espalham e, em local adequado, originam novas hifas.

Figura 4: A reprodução assexuada dos ascomicetos pode ocorrer por brotamento ou pela formação de esporos (conídios).
Figura 4: A reprodução assexuada dos ascomicetos pode ocorrer por brotamento ou pela formação de esporos (conídios).

A reprodução sexuada ocorre quando duas hifas — uma positiva e outra negativa — se fundem, dando hifas com dois núcleos (hifas dicarióticas). Veja figura 5. Posteriormente, os núcleos das hifas dicarióticas também se fundem e originam uma célula diplóide que, por meiose, produz quatro núcleos haplóides. Os núcleos haplóides sofrem mitose e originam oito esporos, os ascósporos (figura 5).

O nome dos esporos deve-se à célula onde eles se originam, que crescem formando o asco. Em alguns ascomicetos, os ascos ocorrem em hifas isoladas, mas na maioria dos casos eles estão agrupados em corpos de frutificação chamados ascocarpos (carpo = fruto). Os esporos se espalham e, em substrato adequado, germinam produzindo um novo micélio vegetativo.

Figura 5: A reprodução sexuada dos ascomicetos ocorre através da fusão de hifas(ou de células, no caso do levedo).Surge então o asco, que libera esporos (ascósporos). Neste caso, a reprodução sexuada também constitui para a dispersão do fungo.
Figura 5: A reprodução sexuada dos ascomicetos ocorre através da fusão de hifas(ou de células, no caso do levedo).Surge então o asco, que libera esporos (ascósporos). Neste caso, a reprodução sexuada também constitui para a dispersão do fungo.

Fonte: www.portalimpacto.com.br

Reino Fungi

Na natureza há diferentes tipos de fungos. Podemos dizer que eles são uma forma de vida bastante simples.

Durante muito tempo, os fungos foram considerados como vegetais e, somente a partir de 1969, passaram a ser classificados em um reino à parte. Os fungos apresentam um conjunto de características próprias que permitem sua diferenciação das plantas: não sintetizam clorofila, não tem celulose na sua parede celular, exceto alguns fungos aquáticos e não armazenam amido como substância de reserva.

Os fungos são seres vivos unicelulares eucariontes, como as leveduras, ou pluricelulares, como se observa entre os fungos filamentosos, bolores, cogumelos ou orelhas de pau. Os fungos constituídos de filamentos (hifas) formam o micélio. O micélio se desenvolve no interior do substrato, funcionando como elemento de sustentação e de absorção de nutrientes.

Fungos microscópicos
Fungos microscópicos - Clique para ampliar

Reino Fungi


Fungos macroscópicos

METABOLISMO

Nutrição

São microrganismos heterotróficos , para poderem absorver a matéria orgânica de que necessitam, os fungos mantêm três tipos de relacionamentos com outros seres vivos: saprofitismo (nutrem-se de restos de seres vivos que eles mesmos decompõem), mutualismo (associação com outro ser onde os dois se beneficiam) e parasitismo (nutre-se de substâncias orgânicas do corpo de animais ou plantas vivos). Respiração Os fungos são microrganismos em sua maioria, aeróbios obrigatórios. No entanto, certas leveduras fermentadoras são aeróbias facultativas, se desenvolvem em ambientes com pouco oxigênio ou mesmo na ausência deste elemento.

Habitat

Os fungos, como todos os seres vivos, necessitam de água para o seu desenvolvimento. Podem ser encontrados nos mais diversos ambientes. Ambiente com umidade, pouca ventilação e luz favorecem o desenvolvimento de algumas espécies de fungos. Muitas espécies fúngicas exigem luz para seu desenvolvimento; outras são por ela inibidos e outras ainda mostram-se indiferentes a este agente. Em geral, a luz solar direta, devido à radiação ultravioleta, é elemento fungicida.

Importância dos fungos

Com relação às diferenças, existem aqueles que são extremamente prejudicais para a saúde do homem, causando inúmeras enfermidades e até intoxicação. Encontramos também os que parasitam vegetais mortos e cadáveres de animais em decomposição. Temos também os que são utilizados para alimento e até aqueles dos quais se pode extrair substâncias para a elaboração de medicamentos, como, por exemplo, a penicilina. Algumas leveduras, como o Saccharomyces cerevisiae utilizada como fermento biológico fazem o processo de fermentação alcoólica é utilizada como base para muitas indústrias como a de panificação e na fabricação de bebidas.

Reprodução

Os fungos se reproduzem assexuadamente ou sexuadamente.

Reprodução assexuada

A maioria das leveduras se reproduzem assexuadamente, por brotamento divisão binária. No processo de brotamento, a célula-mãe origina um broto que cresce. Na divisão binária, a célula-mãe se divide em duas células de tamanhos iguais, de forma semelhante a que ocorre com as. bactérias. Algumas espécies podem formar o esporângio que amadurece e libera os esporos de seu interior.

Esporângio
Esporângio

Reprodução assexuada
Reprodução assexuada

Reprodução sexuada

Um ótimo exemplo de fungo que se reproduz sexuadamente é o champignon, muito utilizada na culinária de alguns países. Ele é um cogumelo (corpo de frutificação) que produz esporângios. Dentro dos esporângios ocorre multiplicação celular formando esporos. Eles são liberados no ambiente e se desenvolverão originando um micélio. O micélio irá crescer e se tornar um cogumelo, completando o ciclo.

O cogumelo é um corpo de frutificação (é uma massa de hifas compactas)
O cogumelo é um corpo de frutificação (é uma massa de hifas compactas)

Os fungos podem germinar, ainda que lentamente, em atmosfera de reduzida quantidade de oxigênio. O crescimento e a reprodução assexuada ocorrem nessas condições, enquanto a reprodução sexuada se efetua apenas em atmosfera rica em oxigênio.

Reino Fungi

Reino Fungi

No reino fungi é onde ficam os fungos, organismos geralmente macroscópios (que podem ser vistos à olho nu), eucariontes, heterótrofos. Os representantes mais conhecidos são o bolor de pão, mofo, orelha de pau, leveduras e o cogumelo.

Estrutura

Os fungos são compostos por Hifas, que são filamentos de células que formam uma rede, chamada de micélio. Este, se extende até o alimento, e realiza a absorção de seus nutrientes (veja "Alimentação").

A divisão das hifas em células é incompleta, caso em que elas são chamadas de septadas e as barreiras divisórias são chamadas septos, ou ausente, caso em que elas são chamadas asseptadas ou cenocíticas. Os Fungos geralmente possuem paredes celulares feitas com quitina e outros materiais. As hifas podem ser modificadas para produzir estruturas celulares altamente especializadas. Por exemplo, fungos que parasitam plantas possuem haustórios que perfuram as células da planta e digerem as substâncias no seu interior; alguns fungos que vivem no interior do solo capturam vermes e outros pequenos animais.

Alimentação

Os fungos não possuem clorofila, como nas plantas, por isso não podem realizar fotossíntese, e consequentemente, não produzem seu próprio alimento. Eles soltam ao seu redor uma substância chamada exoenzima, que é praticamente igual à uma enzima digestiva. Essas enzimas digerem moléculas organicas do ambiente, e então o fungo absorve o seu alimento que foi digerido pelas exoenzimas.

Existem dois nichos ecológicos para os fungos: decompositores e parasitas. A diferença entre os dois é que os parasitas se fixam em organismos vivos, enquanto os decompositores se fixam em organismos mortos. Os parasitas ainda podem ser insectívoros ou helmintívoros, respectivamente, comedores de insetos ou minhocas. O primeiro, libera uma substância pegajosa à sua volta, onde moscas e pequenos insetos ficam presos e são digeridos pelas exoenzimas. O segundo, o fungo libera substâncias tranquilizantes que imobilizam as minhocas.

Reprodução

Os fungos terrestres podem se reproduzir sexuada e assexuadamente.

Reprodução Assexuada

O Penicillium, um tipo de fungo terrestre, gere através da mitose, células chamadas conidiósporos, que são jogadas no ambiente. Cada uma dessas células poderá gerar um novo ser, dependendo do local onde cair (como um pão, ou frutas).

Reprodução Sexuada

Um ótimo exemplo de fungo que se reproduz sexuadamente é o champignon, muito utilizada na culinária de alguns países. Ele é um cogumelo (corpo de frutificação) que produz esporângios com formato de raquete de tênis, que se chamam basídios. Dentro de cada basídio ocorre uma meiose, originando quatro células, chamadas de basidiósporos. Eles são liberados no ambiente através do brotamento, a partir do basídio. Os basidiósporos irão se desenvolver em local apropriado, feito pelo criador de champignons. Ele também irá organizar um micélio haplóide. A junção de hifas haplóides origina um micélio diplóide. Este, irá crescer e se tornar um cogumelo, completando o ciclo.

Champignon
Champignon

4 comentários:

  1. Muito esclarecedor este artigo, me foi de muita utilidade no trabalho que estou a fazer.

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  2. adorei esse artigo so que na parte da filogenia e muito dificil de se falar! assim deveria se mais esclarecedor com relaçao a cada filo

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  3. Gostei do artigo. Foi bem esclarecedor e informativo. Se puder, poste alguns exercicios comentados!

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